Alternância entre resultados positivos e negativos vem ocorrendo no setor no Estado desde

As vendas do varejo em Minas Gerais recuaram 0,7% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do Estado foi inferior à média nacional, que registrou crescimento de 0,2% na mesma base de comparação. A alternância entre resultados positivos e negativos vem ocorrendo no comércio mineiro desde setembro de 2013.

Na avaliação do economista do IBGE Minas, Antônio Braz de Oliveira e Silva, se nos últimos anos o consumo das famílias funcionou como "motor do crescimento" econômico do país, em 2014 ele já começa a dar sinais de ajuste negativo. E em Minas a queda deverá ser ainda mais expressiva, devido às condições econômicas do Estado. "Desde junho de 2012, quando os índices estadual e nacional encontravam-se no mesmo nível, o comércio do Estado cresceu 2,2% e a média nacional 7,8%", exemplifica.

Ainda segundo Silva, o comportamento do varejo no início deste ano é conseqüência do atual cenário econômico vivido pelo país. Ele reitera que a combinação entre alta dos juros, preços elevados, maior controle do crédito e estagnação do mercado de trabalho e dos níveis salariais são os principais fatores que estão contribuindo para o ajuste negativo do setor. "Diante deste cenário, as pessoas estão mais cautelosas, o que está fazendo o consumo crescer menos e o comércio deixar de expandir", diz.

Na comparação entre fevereiro deste exercício e o mesmo mês do ano passado, foi registrada alta de 7% no comércio mineiro, enquanto que no Brasil observou-se crescimento de 8,5%. Quando avaliado o desempenho do setor no primeiro bimestre deste ano, houve aumento de 6,5% no nível de comercialização em Minas e crescimento de 7,4% no âmbito nacional. Já no que se refere aos últimos 12 meses, as altas foram de 2,8% no Estado e de 5% no país.

Segmentos - Na análise mensal, dos oito segmentos avaliados pelo IBGE, um registrou decréscimo nas vendas no Estado: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com recuo de 3,4% em fevereiro deste ano contra o mesmo período de 2013.

Já os resultados positivos, na mesma base de comparação, foram observados nos setores de outros artigos de uso pessoal e doméstico (15,4%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (11,2%); combustíveis e lubrificantes (10,1%); tecidos, vestuário e calçados (6,7%); e móveis e eletrodomésticos (6,5%), com destaque para estes últimos produtos, que registraram incremento de 10,7% nas vendas em fevereiro.

Quando levadas em consideração as vendas efetuadas no acumulado dos dois primeiros meses de 2014, a análise setorial apresentou sete categorias com resultados positivos e uma com retração. Os crescimentos foram observados em outros artigos de uso pessoal e doméstico (14%); móveis e eletrodomésticos (6,9%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,3%); e combustíveis e lubrificantes (7,7%).

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, mais uma vez, apresentaram queda no primeiro bimestre deste ano frente a igual período de 2013, neste caso de 6,8%.



Veículo: Diário do Comércio