Nível de endividamento do consumidor aumenta

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A Pesquisa de Endividamento do Consumidor (PEC) de Belo Horizonte, realizada pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) apurou que o nível de endividamento dos belo-horizontinos em outubro chegou a 50,6%, o que significa um aumento de 2,7 pontos percentuais em relação a setembro (47,9%). Apesar desse incremento, a taxa é uma das mais baixas desde janeiro de 2011. O destaque foi o recuo da inadimplência, que passou de 6,1% para 4,7% no mesmo período. O cartão de crédito, com taxa média mensal de até 10%, continua sendo a grande causa do endividamento e da inadimplência na capital mineira.

"Já esperávamos um aumento na taxa de endividamento em outubro, em virtude do Dia das Crianças", observa o economista da Fecomércio, Gabriel Andrade Ivo, ressaltando que essa variação mensal de 2,7% ficou até um pouco mais baixa do que o esperado, que seria de cerca de 5%. "Esse resultado não significa, necessariamente, que o consumidor esteja mais consciente dos seus gastos", pondera. Em sua opinião, "demonstra a preocupação com a economia brasileira".

Segundo o economista, embora o nível de endividamento seja um dado preocupante, em Belo Horizonte se mantém em patamares já esperados. Os 50,6% apurados em outubro estão bem abaixo dos 74% de fevereiro deste ano ou dos 74,7% em janeiro/fevereiro de 2012. São meses em que se espera uma taxa mais elevada, tendo em vista as compras de Natal.

Do endividamento de outubro, 68,7% referem-se ao cartão de crédito, seguido muito de longe pelo cartão de loja (8,4%). Empréstimos em bancos e financiamento de carro respondem, cada um, por 4,4% dos compromissos financeiros, enquanto o cheque especial, que tem juros mais altos que a média, têm participação de 3,2%.

O endividamento do cartão de crédito, que é uma das maiores causas da inadimplência, apresentou um recuo quase imperceptível em relação a setembro, cuja taxa foi de 68,8%. Em agosto, foi de 71,1%. Os financiamentos de automóveis também caíram em relação a setembro, de 4,7% para 4,4%. Dos entrevistados, 48,8% estão com até 30% da renda futura comprometida, índice acima do constatado em setembro, que apontou 40,4%.


Inadimplência - Para Ivo, a tendência é de que até o final de ano a taxa de endividamento em Belo Horizonte fique em torno de 50% e de inadimplência oscile entre 5% e 6%. O que, para ele, é um bom indicador, considerando a taxa média do país, de 7,9%. "Belo Horizonte têm melhores índices de emprego e renda e por isso esses indicadores de dívidas tendem a ser melhores", observa.

A taxa de inadimplência apurada em outubro, de 4,7% acompanha a média do ano. Em abril foi a mais baixa, de 3,3%, seguida pela de junho, que ficou em 3,4%. As mais altas foram percebidas em agosto (5,7%) e setembro (6,1%). Em 2012, a mais baixa foi a de dezembro (4,9%) e a mais alta, a de junho (6,5%). Em 2011, variou entre 5,3% no bimestre março/abril, chegando a 6,8% em novembro/dezembro.

A grande maioria (55,6%) dos consumidores inadimplentes é assalariada com carteira assinada. A renda média mensal é, em sua maioria, de dois a cinco salários mínimos (64,3%). Segundo a pesquisa, a classe C representou os inadimplentes com 100% das respostas.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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