Para Safras, mercado foi positivo em março

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Embora o preço do café tenha sofrido correção na parte final, o mês de março foi bastante positivo para as cotações da bebida no mercado físico interno. "Não dá para esquecer que no início do mês, logo após o feriado de Carnaval, os cafés melhores trocaram de mãos acima de R$ 500,00 a saca, puxando a média de preço para cima. E o preço alto motivou as negociações, oxigenando o caixa dos produtores e ajudando a esvaziar os armazéns. O produtor está bem mais tranqüilo à espera da safra 2014, que se avizinha". As considerações partem do analista de Safras & Mercado Gil Barabach.

O arábica de bebida dura no Sul de Minas fechou março com preço médio em R$ 454,63 a saca de 60 kg, alta de 21% em relação aos R$ 374,90 obtidos em fevereiro. A alta fez o café ir além do patamar médio de referência de cinco anos (deflacionado), o que só confirma o bom momento do mercado, avalia Barabach.

Os cafés mais finos do Cerrado de Minas trocaram de mãos a R$ 465,26 a saca, avanço de R$ 80,26 a saca ou 21% em relação a fevereiro. E o físico interno subiu a despeito da queda de 2,4% no dólar com comercial, vendido em média a R$ 2,3232. O café do sul de Minas, por exemplo, alcançou preço médio de US$ 195,60 a saca em março, alta de 24%.

A bebida rio 7 da Zona da Mata de Minas fechou março com preço médio de R$ 302,11, o que corresponde a ganho de 22% em relação a fevereiro. E isso ajudou a diminuir um pouco o deságio em relação às bebidas melhores, aponta o analista de Safras.

Já o arábica duro com 600 defeitos destinado ao consumo interno terminou o mês de março com preço médio de R$ 330,79 a saca, alta de 16%. "A indústria adotou uma conduta mais comedida, optando por trocar bebida dura por cafés mais fracos e elevar o uso de conilon nos blends. Isso ajudou a segurar o repasse da alta externa para o preço do resíduo", diz Barabach.

Por fim, o conilon subiu 8%, alcançando preço médio em março de R$ 261,05 a saca para o tipo 7 no Espírito Santo. Apesar dessa performance bem inferior ao arábica, o robusta capixaba também está em um bom momento, com cotação obtida no último mês de março superior à conseguida em igual período de 2013 e 2012, bem como, acima da média dos últimos cinco anos, colocou.

Comexim - A disponibilidade total de café em 1º de janeiro de 2014 no Brasil, incluindo os estoques do governo além da oferta privada, era de 38.073.662 sacas de 60 quilos. A avaliação é da Comissária Exportadora e Importadora (Comexim). O estoque em 1º de julho de 2013 do setor privado era de 12.358.101 sacas, mais 1.648.025 sacas da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) e Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), segundo a Comexim.

A Comexim estima safra 2013/14 de 49,800 milhões de sacas. Com exportações e consumo interno, o Brasil teve escoamento total de 25.732.464 sacas em seis meses. O estoque em 1º de janeiro de 2014 do setor privado estava estimado em 36.425.637 sacas, com o Funcafé/Conab detendo 1,648 milhão de sacas. Assim, o total é de 38,073 milhões de sacas.

Segundo a Comexim, deduzindo as exportações de café verde de janeiro a março de 2014 de aproximadamente 7,50 milhões de sacas, 800 mil sacas de café solúvel e 5 milhões de consumo interno, o Brasil ficaria com 24,773 milhões de sacas.

Com a mesma média de escoamento dessa oferta entre abril e junho, o país chegaria a 1º de julho de 2014 com 11,5 milhões de sacas de estoque de passagem para a safra 2014/15, aponta a Comexim, destacando que há muitas divergências entre os menores números e os maiores para a safra brasileira de 2014.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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