Tendência para o segmento neste mês é aumento das cotações da ave
O consumo moderado e o maior ingresso de carne de frango produzida na região Sul do país no mercado de Minas Gerais fizeram com que os preços pagos pelo quilo do frango vivo recuassem 5,8% em março. A tendência para este mês é de recuperação do mercado, com a cotação do quilo da ave variando entre R$ 2,45 e R$ 2,50. A expectativa de aumento se deve à necessidade dos avicultores em repassar a elevação dos custos de produção, causado pela alta do milho.
Na primeira semana de março o quilo do frango vivo era negociado a R$ 2,55, tendo queda de R$ 2,40 em meados do mês, mantendo-se estável. "A justificativa da queda é o ingresso da produção de outros estados no mercado mineiro, principalmente vindos do Paraná. Além disso, o desempenho das exportações ainda está fraco se comparado com o registrado no ano anterior", observa o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.
Em relação aos embarques, os últimos dados divulgados pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), referente à movimentação do primeiro bimestre, o faturamento com as exportações mineiras de frango somaram US$ 44,8 milhões, queda de 18,88% ante igual período do ano anterior. O volume destinado ao mercado internacional caiu 1,43%, encerrando com 27,4 mil toneladas exportadas.
Segundo Iglesias, as exportações mineiras em março devem continuar mais lentas que as observadas em igual período do ano anterior, seguindo o mesmo caminho dos embarques nacionais. "Os primeiros dados mostram que os embarques do país tiveram redução de 12,9% no faturamento, que alcançou US$ 364 milhões, mesmo exportando um volume 4,8% superior ao registrado em igual período do ano passado", diz.
Margem - De acordo com Iglesias, mesmo com a redução dos preços pagos pelo frango vivo, os avicultores mineiros ainda estão mantendo certa margem de lucro. O custo para produzir um quilo de frango vivo está em torno de R$ 2,25, o que garante ao produtor um retorno de R$ 0,15 por quilo negociado.
"Ao longo de março os avicultores conseguiram manter a margem de lucro, apesar da mesma ser muito pequena. Com o encarecimento dos custos dos insumos, a tendência é que neste mês o mercado volte a reagir, já que haverá repasse da elevação dos gastos para os demais setores da cadeia produtiva do frango", ressalta.
O aumento dos custos se deve à estiagem atípica registrada ao longo dos primeiros meses do ano. A falta de chuvas e as elevadas temperaturas reduziram a produção e, conseqüentemente, a oferta de milho no mercado, provocando a alta do preço da saca de 60 quilos, que foi negociada, em média, a R$ 31 em março, ante aos R$ 26 praticados em fevereiro, alta de 19,2%.
O cereal é o principal insumo da atividade. Essa movimentação impacta diretamente na cotação do frango, que deve ficar mais caro ao longo deste mês. Além disso, o pagamento dos salários, que reflete diretamente no consumo, irá contribuir para a sustentação o mercado nas primeiras semanas de abril.
Veículo: Diário do Comércio - MG