O frigorífico Marfrig captou US$ 275 milhões ontem com a reabertura de uma emissão de bônus que vencem em 2020, afirmou fonte a par do assunto. Os papéis foram colocados com rendimento de 9,40% ao ano.
Quando a operação foi lançada, em 2010, a companhia emitiu US$ 500 milhões em bônus. Na ocasião, os títulos saíram com retorno de 9,75% ao ano. Os papéis pagam cupom de 9,50% ao ano.
Segundo as agências de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) e Fitch, a expectativa é que a Marfrig use os recursos para melhorar sua estrutura de capital. A dívida bruta da companhia totalizava R$ 8,9 bilhões em dezembro.
"Não esperamos que a Marfrig aumente sua dívida bruta como resultado da reabertura dos bônus, à medida que acreditamos que a companhia usará os recursos para melhorar sua estrutura de capital pagando dívida de curto prazo ou recomprando parte de dívida mais cara", afirmou a S&P em nota. Para a Fitch, a expectativa é que os recursos também sejam usados para estender o cronograma de vencimentos.
A última emissão externa da Marfrig havia sido feita em setembro, quando o frigorífico captou US$ 400 milhões com notas que vencem em 2021. Os papéis pagam cupom de 11,25% ao ano e foram lançados com retorno ao investidor de 11,50% ao ano. Com o dinheiro, a empresa fez uma recompra de títulos com vencimento em 2016, já numa tentativa de alongar sua dívida.
Em outro movimento para melhorar sua estrutura de capital, a companhia estuda a abertura de capital de duas subsidiárias no exterior - Moy Park e Keystone - neste ano.
Com a nova oferta, a Marfrig foi a terceira companhia brasileira a acessar o mercado externo nesta semana e a primeira delas sem grau de investimento. Na segunda-feira, a Petrobras captou US$ 8,5 bilhões com uma emissão de títulos em seis tranches e vencimentos de três anos a 30 anos. Anteontem, foi a vez do banco Daycoval, que levantou US$ 500 milhões com a colocação de títulos de 2019.
Segundo fontes de bancos que atuam na coordenação de emissões de bônus, os emissores brasileiros aproveitaram uma melhora no mercado nos últimos dias para captar recursos.
Veículo: Valor Econômico