O mercado brasileiro de carne de frango apresentou um quadro de negócios bastante parado nesta semana, diante da oferta controlada frente à demanda. "Após o preço recuar na semana passada, o mercado não apresentou grandes novidades, muito embora ainda haja preocupação com a perspectiva de algum recuo na cotação por conta de demanda menos aquecida da segunda quinzena do mês", informa o analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias.

No que tange às exportações, o resultado de janeiro tem sido satisfatório, o que deve favorecer com que o volume final possa atingir ao menos 325 mil toneladas de carne de frango. "O real desvalorizado frente ao dólar tem favorecido as vendas ao mercado externo", comenta. A novidade da semana ficou por conta da divulgação dos números finais da avicultura em 2013 e das projeções para o ano.

Segundo o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, as exportações de carne de frango brasileira podem subir até 5%, caso o governo ajude o setor a desobstruir a abertura de novos mercados. Conforme o diretor de mercados da Ubabef, Ricardo Santin, já está em negociação avançada a abertura de alguns mercados, como Paquistão, Mianmar e Nigéria. A previsão oficial da entidade, no entanto, é de crescimento entre 2% e 2,5% neste ano.

As exportações em 2014 também podem ser beneficiadas com a retomada dos negócios para a China aos padrões de 2012, com o retorno da habilitação de mais três plantas, totalizando 24 unidades exportadoras para o mercado chinês. Em 2013, o volume das exportações de carne de frango brasileira caiu 0,7%, para 3,891 milhões de toneladas. A receita, por sua vez, somou US$ 7,966 bilhões em 2013, alta de 3,4% ante 2012.

O consumo interno do país também deve avançar neste ano. "O consumo per capita deve subir para 45 quilos por ano, mesmo patamar de 2012", disse Santin. Em 2013, o consumo doméstico caiu cerca de 7% e a entidade espera que haja crescimento o suficiente para recuperar a queda do ano passado. "Devemos crescer em torno de 7%, recuperando a queda de 2013", diz Santin.

Esse avanço no consumo deve ser incentivado por ações que envolvem a Copa do Mundo e o aumento da produção, previsto em cerca de 4% para 12,7 mil toneladas de frango em 2014. "Estudos da Embratur relativos à Copa do Mundo indicam a vinda de mais de 500 mil turistas estrangeiros, que terão gastos diversos, especialmente em hotelaria e alimentação. Neste cenário, a carne de frango será beneficiada", afirmou Turra.

A análise Safras & Mercado indicou que o preço do frango vivo em São Paulo e em Minas Gerais permaneceu em R$ 2,50. Na integração catarinense a cotação do frango vivo continuou em R$ 2,45. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 2,50. No Paraná, o quilo foi cotado a R$ 2,40 na integração (Oeste do Estado), mesmo valor ante a semana passada. No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango seguiu em R$ 2,45. No Distrito Federal e em Goiás o quilo vivo foi cotado a R$ 2,45, sem alterações ante a semana anterior. Em Pernambuco o quilo vivo continuou em R$ 3,00. No Ceará a cotação do quilo vivo permaneceu em R$ 3,10, enquanto no Pará o quilo vivo teve estabilidade, mantido em R$ 3,00.



Veículo: Diário do Comércio - MG