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Tendência

2021

As expectativas e previsões do varejo para 2022

O cenário econômico desafiador vivenciado em 2021 e que ainda persiste, marcado, especialmente, pela inflação, alto índice de desemprego e aumento nos custos de produção, e que é acentuado pelas incertezas inerentes aos anos eleitorais, tem despertado nos empresários supermercadistas dúvidas em relação aos rumos da economia nacional. É o que aponta a Pesquisa Tendências 2022, realizada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS).

A maior parte dos respondentes (41,3%) acredita que a economia terá um crescimento tímido em 2022, de até 1%. Outro grupo também expressivo, de 40,4% dos empresários, espera um avanço moderado, de até 3%. Os mais otimistas, que esperam um crescimento do PIB acima de 3%, somam apenas 11% dos participantes. Para efeito de comparação, na pesquisa anterior, a fatia dos mais confiantes representava 24,3% da base deste estudo. E voltando um pouco mais, na análise relacionada ao ano de 2020, este grupo somava 49,5%.

A pesquisa da ABRAS também identificou que 56,4% dos entrevistados acreditam que a taxa básica de juros poderá chegar a 11%, enquanto um grupo de 26,4% estima que a taxa Selic ultrapassará este patamar. Já no campo da inflação, o empresário supermercadista prevê que este indicador seguirá crescendo: quase metade dos respondentes (48,6%) acredita numa elevação do IPCA em torno de 5,1% a 7%. Considerando todas as faixas que esperam algum nível de aumento da inflação, tem-se 94,4% dos empresários.

Além desses, o levantamento também apurou a expectativa do setor em relação a outro indicador econômico: a disponibilidade de crédito para as empresas em 2022. Nesta seara, a fatia preponderante, de 63%, crê em estabilidade. Um segundo grupo, de 21% dos respondentes, acredita que aumentará a oferta de crédito. Já a menor fatia, de 16%, avalia que essa disponibilidade cairá.

Com base nesse contexto, a pesquisa da ABRAS também detectou que a competitividade entre as empresas tende a ficar mais acirrada, perspectiva sinalizada por 96% dos supermercadistas. Junto a isso, 74% esperam que o consumidor estará ainda mais cauteloso em 2022 e 17% apostam em um mercado de consumo mais pessimista.

Mesmo diante de um cenário tido ainda como turbulento, que o setor está habituado a enfrentar, e que desperta natural cautela em muitos passos, uma parcela expressiva dos supermercadistas, de 44%, estima que ampliarão seus investimentos em 2022. Outro grupo do mesmo tamanho pretende manter o mesmo nível de investimento em relação a 2021, o que também é uma boa notícia. Por fim, 12% dos entrevistados vislumbram reduzir os aportes.

As expectativas e impressões dos supermercadistas, naturalmente, são fundamentadas com base no contexto econômico vigente no período desta pesquisa, concluída no início de dezembro de 2021. Este levantamento, portanto, vem quantificar e ilustrar essas perspectivas mapeadas no instante da sua apuração.

Confira a pesquisa na íntegra