Há quatro anos sem investir em aquisições no Brasil, a empresa de soluções em segurança Prosegur, de origem argentina, comprou o controle acionário da Setha Indústria Eletrônica, companhia brasileira voltada para o desenvolvimento e fabricação de sistemas de segurança eletrônicos e comunicação industrial. O negócio, segundo informações do mercado, envolveu investimentos de cerca de R$ 22,5 milhões e está em linha com a estratégia de crescimento mundial na área de tecnologia em segurança, traçada no começo dos anos 2000.
O grupo, que tradicionalmente atua com serviços de segurança nas áreas corporativas (transporte de valores) e residencial (segurança patrimonial e pessoal), elegeu a área de tecnologia como uma das prioridades de crescimento mundial do grupo. "Nosso foco é ser líder nas diversas áreas em que atuamos", afirma Yago Palao, diretor geral da Prosegur Tecnologia, que há dois anos recebeu a missão de promover o crescimento dos negócios nesse setor também no Brasil. "Estamos realizando uma integração de processos."
Essa estratégia foi iniciada com a compra do grupo espanhol Nordés, em 2005. Logo depois, a empresa incorporou duas companhias argentinas Fireless e Xiden. Também foi comprada a portuguesa Escol e, mais recentemente, a argentina General Industries. "Nossa proposta é oferecer uma solução global em segurança, por isso a importância da compra da Setha para o desenvolvimento dos negócios no Brasil", diz Palao, referindo-se especialmente, os ligados a setores de óleo e gás.
O fundador da Setha, Hélio Geraldino Filho, que continua na direção da empresa, espera uma expansão dos negócios com a integração. A empresa, fundada em 1979, tem em sua carteira de clientes gigantes como Petrobras, Arcelor Mittal, Vale e Usiminas. Porém, ressalta Geraldino, a empresa perdia contratos devido à restrição quanto ao tamanho da companhia de alguns processos de licitação. "Agora podemos viabilizar a participação em novos processos", diz Geraldino.
No ano passado, a Setha registrou um faturamento de R$ 30 milhões. Já a Prosegur, em atuação no Brasil desde 1981, alcançou uma receita de R$ 936,2 milhões. Em todo o mundo, o faturamento do grupo chegou a quase € 2 bilhões em 2008, um crescimento de 29,3% contra o registrado no ano anterior, segundo balanço divulgado pela companhia, que tem ações na bolsa de Madri.
Segundo Palao, apesar da crise, a empresa vem cumprindo sua expectativa de crescimento para o primeiro trimestre. "O setor de segurança tem o crescimento proporcional ao PIB (produto interno bruto) do País", destaca
Veículo: Gazeta Mercantil