GPA cresce mais que Carrefour até março

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Tradicionais rivais do mercado varejista brasileiro, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) cresce hoje de forma mais acelerada do que o concorrente Carrefour na área de varejo alimentar. Os dados das duas redes foram apresentados ontem - o GPA publicou os números em seu relatório de vendas e o Carrefour, no balanço mundial - num momento de mudanças internas para ambas. Enquanto o Carrefour enfrenta uma reestruturação da operação local, sob uma atenção maior da matriz, o GPA inicia o mais importante processo de transição em seu controle acionário.

Nesse momento, para as duas redes, entregar resultados é uma maneira de mostrar ao mercado que estão no caminho certo, comentam analistas - apesar do período de transformações que pode afetar o futuro das varejistas.

De acordo com os dados publicados ontem, a área alimentar do Grupo Pão de Açúcar (inclui supermercados, hipermercados, postos de combustível e atacado) registrou alta de 9,3% para as vendas "mesmas lojas" de janeiro a março. Nessa conta estão os pontos de venda em operação há mais de 12 meses - ou seja, exclui eventuais inaugurações que "turbinam" os números. No Carrefour, para o mesmo critério, a alta foi de 7,2%.

Ao considerar a abertura de lojas e ampliações, o GPA cresce 11% e o Carrefour, 7,5%. O Walmart, que tem disponibilizado dados sobre a operação local no balanço mundial, ainda não publicou os resultados.

"Estamos dentro de nossas metas e começamos o ano bem. Não chegamos a superar a previsão, mas a diferença que percebemos é que em 2011 tivemos mais desafios para atingir as metas", disse Hugo Bethlem, vice-presidente executivo do GPA. Procurado, o Carrefour não concedeu entrevista sobre o assunto.

No ano passado, a área de varejo alimentar do GPA apurou alta de 8% nas vendas brutas "mesmas lojas". No Carrefour, a alta foi de 5,5%. Ao se incluir a expansão, o GPA Alimentar se expande 8,8% e o Carrefour, 8,9%. Em 2010, sob o mesmo critério, a rede francesa cresceu mais: 13,2%, ante 12% do grupo brasileiro.

A questão do crescimento comparado entre as redes pode ter um peso importante para o Grupo Pão de Açúcar. O sócio francês Casino deve se tornar controlador do GPA a partir de 22 de junho, segundo acordo de acionistas, e o comando do Casino já teria comentado internamente o interesse em manter a atual diretoria executiva do grupo, em parte por aquilo que essa equipe estaria "entregando" em termos de resultados. Chegaram a circular rumores de que já existiria uma lista com nomes de substitutos para Enéas Pestana, atual presidente do GPA, mas uma fonte ouvida pelo Valor e ligada ao Casino nega a existência dessa lista.

Oficialmente, a questão do comando do GPA é assunto que o Casino não comenta. Nos últimos meses, Abilio Diniz, presidente do Conselho de Administração do GPA, tem ressaltado em teleconferências com analistas as qualidades do corpo diretivo da empresa.

No caso do Carrefour, analistas estrangeiros têm ressaltado em relatórios para clientes a capacidade de crescimento da empresa em mercados estratégicos, como o Brasil. No material de resultados publicado ontem, Lars Olofsson, presidente do Carrefour no mundo, destaca que "está muito satisfeito com a performance na América Latina, em particular o Brasil". Em 2011, a rede fechou lojas e demitiu funcionários no país, num processo de reestruturação do formato no país e no mundo.


O plano é investir até R$ 1,9 bi

O Grupo Pão de Açúcar informou ontem, em comunicado ao mercado, que o valor máximo a ser investido pela companhia neste ano deve atingir R$ 1,966 bilhão. Em 2011, a soma aplicada foi de R$ 1,582 bilhão - o que representa uma alta de 24,2%.

Trata-se do teto possível de investimentos. Portanto, o valor final a ser aplicado será informado posteriormente, na divulgação de resultados do primeiro trimestre, em 7 de maio. A proposta foi enviada ontem aos acionistas da companhia e deve ser votada na assembleia geral do grupo que acontece no dia 27.

O montante a ser anunciado deverá ser aplicado na abertura de lojas, aquisição de terrenos e conversão de pontos de venda, além de reforma de unidades e também na infraestrutura em tecnologia da informação, logística entre outros, informa a nota. A companhia destaca ainda o foco no crescimento orgânico em 2012.

"Nosso plano de investimentos reflete a nossa expectativa positiva em relação ao desempenho da economia brasileira", informa o documento. Essa soma de R$ 1,9 bilhão inclui desembolsos para todas as empresas do grupo, incluindo a Casas Bahia e Ponto Frio.

As concorrentes da empresa na área de varejo alimentar - Walmart e Carrefour - não informaram até o momento o valor a ser aplicado no negócio neste ano


Veículo: Valor Econômico


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