Vendas dos supermercados cresceram 3,75% no quadrimestre

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                                                                           Controle de custos e redução de preços ajudam a superar a crise.

As vendas dos supermercados em Minas Gerais cresceram 3,75% no primeiro quadrimestre de 2016, frente ao mesmo período no ano passado. O resultado do setor também foi positivo na comparação entre abril e o mesmo mês de 2015, com uma alta real de 3,09%. Os dados são da pesquisa “Termômetro de Vendas”, divulgada ontem pela Associação Mineira de Supermercados (Amis).

Em um cenário de forte recessão econômica e de busca por uma estabilização política, a percepção sobre o perfil do consumidor, combinada com um pouco de criatividade, tem sido a grande aliada dos empresários do ramo para conseguirem crescer mesmo diante da crise. De acordo com o superintendente da Amis, Antônio Claret Nametala, o setor tem apostado em um mix de produtos variado, conciliando preço e qualidade, e investido em promoções como formas de estimular o consumo.

O controle dos custos também tem sido rigoroso entre empresários do ramo supermercadista. Para alcançar um resultado positivo, o segmento tem trabalhado com atenção redobrada às despesas. Com uma margem de lucro pequena sobre cada produto, o volume de negócios se torna estratégico para os ganhos dos supermercados, o que torna essencial o constante monitoramento financeiro.

No caso da alta das vendas em abril no Estado, na comparação com o mesmo mês de 2015, Nametala explica, no entanto, que além dessas medidas, houve a influência do calendário. Neste ano, abril teve cinco fins de semana, contra quatro no ano anterior. “Isso foi extremamente relevante para o resultado, porque sábado e domingo são os dois melhores dias de vendas para os supermercadistas”, afirma o superintendente da Amis.

A expectativa do setor é alcançar um crescimento real de 0,5% neste ano. Em 2015, houve um aumento nas vendas da ordem de 0,7% frente a 2014, com um faturamento de R$ 33,5 bilhões para os supermercados mineiros. Segundo Nametala, o segmento está bastante confiante em atingir a meta, principalmente após o anúncio de medidas econômicas feito na terça-feira pelo presidente interino Michel Temer. As propostas da Presidência têm como objetivo ajustar as contas do governo e restabelecer a economia brasileira.

“Acreditamos que as medidas econômicas anunciadas devem melhorar o humor da economia como um todo e, à medida que se confia mais, você consegue investir. Quando há o medo da população e dos diversos segmentos em investir, gera uma retração muito grande”, analisa o superintendente. “O Brasil precisa se reencontrar política e economicamente. E esse novo governo acredito que realmente favorece esse humor positivo que o mercado precisa ter”, completa.

Na comparação com março deste ano, o mês de abril, porém, registrou queda de 3,37% nas vendas no Estado. A explicação para o indicador negativo, segundo os supermercadistas pesquisados, se deve ao menor número de dias em abril – 30 contra 31 em março – e também à base de referência. A Páscoa teria aquecido o desempenho das vendas do setor no mês anterior. As regiões de Minas que apresentaram a maior queda no período foram Zona da Mata (-4,97%) e Triângulo Mineiro (-4,15%).

“Em março, essas duas regiões tiveram um crescimento médio de 8% frente a fevereiro, o que não aconteceu com as outras áreas. Então, a base de comparação ficou mais forte e influenciou no resultado em abril. Mas com a economia baseada no agronegócio, o poder de compra dos consumidores dessas regiões tem sido um pouco mais alto, e a prova disso é que as vendas da Páscoa nesses locais foram melhores”.

Na capital mineira, está em discussão o funcionamento ou não dos supermercados aos domingos. Uma votação está aberta no site da Câmara Municipal de Belo Horizonte para a população decidir sobre o tema. Até agora, 85% das pessoas se mostraram contrárias ao fechamento no dia, posição compartilhada pelos supermercadistas, pois representaria um grande prejuízo para o setor. Segundo Nametala, a expectativa do segmento é que a maioria dos belo-horizontinos vote pela abertura e o Projeto de Lei 1602/15, que proíbe o funcionamento aos domingos, seja arquivado. A votação deve ser encerrada no dia 15 de junho.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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