Indústria ainda pode explorar alimentação saudável no País

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A demanda por alimentos mais saudáveis vai continuar crescendo no País. Uma pesquisa da consultoria Mintel revela que a população idosa, em especial, tem mostrado maior interesse em gastar mais com produtos desse tipo.

"Mesmo com o cenário econômico mais difícil no Brasil, a tendência de demanda cada vez maior por produtos saudáveis se mantém", avaliou a especialista das categorias de alimentação e bebida da consultoria Mintel, Naira Sato.

A gigante Nestlé, por exemplo, anunciou nesta semana que manterá o foco na saudabilidade. "A tendência de consumo de alimentos mais saudáveis é cada vez mais forte entre os brasileiros. O País é apontado como o quarto maior mercado para produtos deste segmento. De olho neste potencial, a Nestlé vai investir R$ 10 milhões no Brasil - 30% a mais em relação a 2015 - para ações que reforcem a presença do cereal integral como principal ingrediente de sua linha de cereais", informou a fabricante, em nota.

Segundo Naira, da Mintel, 83% dos entrevistados pela consultoria afirmam que vale a pena gastar mais com alimentos saudáveis. Entre pessoas com mais de 55 anos, o percentual favorável ao maior desembolso por esse produtos sobe para 89%.

"Essa mudança na percepção dos brasileiros aparece mais na população idosa em função da maior preocupação com doenças. Em geral, os brasileiros estão preocupados em cuidar da alimentação, mas a alta na incidência de doenças como hipertensão e diabetes ajuda a impulsionar esse movimento", observa a especialista.

Para ela, o processo de mudança de hábito dos brasileiros ainda está em andamento, o que pode representar novas oportunidades para a indústria de alimentos. "As empresas podem criar mais opções de produtos saudáveis. As marcas podem oferecer opções de açúcar mais saudáveis, como o mascavo e o demerara, que são menos processados em comparação com a versão branca refinada", destacou Naira.

O levantamento da Mintel mostra que 28% dos entrevistados declara ter dificuldade em encontrar substitutos para alimentos com muito açúcar. A especialista revela que o movimento de substituição desse produto já começou em outros países, mas no Brasil esbarra na aversão dos consumidores a adoçantes artificiais.

Já nos alimentos com sal, 29% das pessoas ouvidas pela Mintel considera difícil evitar o consumo de produtos com altos níveis de sal na composição. Para driblar essa barreira, Naira sugere a oferta de produtos de fácil preparo.

"As pessoas querem praticidade e há uma tendência forte relacionada ao conceito de me ajude a me ajudar. O consumidor demanda cada vez mais que a indústria ofereça soluções para os problemas dele, como tornar a alimentação mais saudável", explica.

Diversificação

Naira pondera que essa tendência de maior preocupação com alimentação não deve se traduzir em substituição dos produtos na prateleira. As fabricantes estão focadas em diversificar a oferta de produtos, mas não devem retirar do portfólio itens com maior teor de gordura, sódio e açúcar.

"O Brasil passa por uma fase de retirada desses componentes dos alimentos, mas não vejo uma substituição e sim a ampliação da oferta de itens pela indústria", cita Naira.

De acordo com a Mintel, 30% dos entrevistados "gostariam de ver maior variedade de produtos saudáveis no mercado". Além dos alimentos light e orgânico, os brasileiros procuram itens sem glúten, sem lactose e com colágeno.

 



Veículo: Jornal DCI


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