A confirmação pelo IBGE de que o país voltou a fechar um ano com inflação de dois dígitos obriga as famílias brasileiras a recorrerem a uma série de estratégias para tentar reduzir o impacto da alta dos preços na hora de ir ao supermercado, abastecer o carro ou usar aparelhos elétricos. Na casa da professora estadual Lucia Machado da Silveira, 48 anos, moradora da zona norte da Capital, tudo é planejado em nome da economia.

— Cada vez precisamos de mais dinheiro para pagar o que consumimos — resume Lucia

As compras no super são feitas nos dias de oferta. Dar preferência às marcas do próprio supermercado ou então usar o cartão da rede — saída para quem teve o salário parcelado pelo Estado — são alternativas corriqueiras. Na hora de escolher frutas, as da estação, com maior oferta e, portanto, mais em conta, têm prioridade.

Lucia não abriu mão das marcas preferidas de sabão em pó e amaciante, mas diminuiu a quantidade utilizada na hora de ligar a máquina. Mesmo assim, com panos de prato e toalhas, por exemplo, passou a optar por produtos mais baratos. Tenta ainda lavar roupa apenas uma vez por semana. Assim, também economiza energia, uma das vilãs do bolso dos brasileiros em 2015.

A fatura de luz, aliás, vem assustando. Lucia conta que, para um consumo semelhante, a conta de luz três anos atrás costumava ser de R$ 60 a R$ 80. Agora, saltou para R$ 140. Assim, a alternativa foi abdicar de um pouco de conforto.

— Se não está tão calor, ligo o ventilador e deixo o aparelho de ar-condicionado desligado — revela Lucia, que vive com o marido.

O planejamento também está presente como arma para gastar menos com combustível. Com a gasolina mais cara, além de buscar postos que praticam menores preços, como em Canoas, a família combina saídas no mesmo carro quando tem compromissos na rua. Como a irmã e a mãe também moram em casas no mesmo terreno, aproveitam a mesma viagem e vão juntas ao supermercado. É mais uma maneira de economizar combustível.

Veículo: Jornal Zero Hora - RS