De sorvete a shopping, entrega em domicílio conquista espaço

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Delivery Muito além das pizzarias, sorveterias, shoppings e supermercados encontraram no modelo de negócio a forma de se diferenciar da concorrência e somar alta de 20% nas vendas.

Muito além das pizzarias, o sistema de entrega em domicílio vem se tornando uma ferramenta essencial para várias empresas do varejo. De sorvete a lojas de shopping, todos querem conquistar o cliente agregando praticidade e conforto na hora da compra.

Com a iniciativa, empresas como Los Paleteros, Mambo, Paviloche e Shopping Metrô Santa Cruz já sentiram alta de até 20% nas vendas. Para garantir a aproximação do consumidor que não queria sair de casa para tomar um sorvete, a Paviloche firmou uma parceria com a rede de restaurante e pizzaria, O Fornão. A estratégia é atuar no ponto de venda da rede que já utiliza os produtos da Paviloche. "Em uma pesquisa com os clientes da Paviloche, descobrimos que muitos têm o hábito de fazer pedidos via delivery.

Eles relataram que tomariam sorvete o ano todo, mas não saem de casa para comprar. Então fizemos a parceria e acreditamos em aumento de até 20% ao mês no faturamento", destaca a gestora comercial da Paviloche, Renata Fiera.

De acordo com executiva, como o produto tem uma forte característica sazonal, a intenção é aproveitar o potencial de vendas do parceiro O Fornão, que realiza cerca de três mil entregas em domicílio por mês.

A executiva reforçou que o objetivo da Paviloche é estruturar o projeto piloto de entrega e depois implanta-lo em outros pontos de Joinville (SC), e demais pontos de Santa Catarina e Paraná.

Quem também aposta na praticidade e comodidade do cliente é a rede de supermercados Mambo. A empresa aproveitou o novo canal de e-commerce para expandir sua atuação. De acordo com o diretor administrativo, financeiro e de e-commerce da Mambo, Lucas Frances, o canal on-line começou a funcionar em março deste ano, e já possui mais de mil downloads realizados.

Resultados

"Uma das vantagens do site e do aplicativo é que o cliente tem acesso a várias facilidades. Entre elas, criar a lista de compras e analisar o último pedido. Atualmente, já registramos um valor de tíquete médio das compras on-line duas vezes maior que o da loja física", destaca Frances.

O executivo explicou ainda que de 40% das vendas on-line foram realizadas por meio do aplicativo. Uma das estratégias adotadas, é oferecer frete grátis nas compras acima de R$ 400.

Com a boa aceitação no mercado, Francês acredita que a operação de e-commerce se tornou um dos caminhos para o setor. "Nos máximo em dois anos, a operação on-line deve representar o faturamento de uma loja física. Mês a mês temos aumentado o número de clientes, tíquete médio e faturamento. Certamente este novo canal será uma forma de aumentar a receita em 2016", revela Francês.

Segundo ele, a operação de e-commerce tem grandes chances de crescer na cidade de São Paulo, que enfrenta diversos problemas de mobilidade e também a falta de tempo dos consumidores. "No período de 10 anos, as lojas de supermercados servirão como vitrines".

Para compras menores, o Mambo cobra R$ 15 e oferece prazo de entrega até quatro dias. O executivo lembra ainda da opção expressa, com entregas no mesmo dia, com custo de R$ 20. A rede Mambo conta com seis lojas e a operação de delivery e atende a regiões da Zona Leste, Sul e Oeste de São Paulo.

Francês, no entanto, cita a gestão de estoque como um dos desafios para operar com entrega em domicílio. "Na loja física, se o consumidor não encontrar um produto de uma determinada marca ou tamanho, ele pode optar por outro, mas no comércio eletrônico isso muda. É importante estar atento a disponibilidade deles no canal on-line", destacou ele.

Outra empresa que está seguindo a tendência é o Shopping Metro Santa Cruz, que adotou o serviço de entrega por meio do aplicativo PedidosJá desde o dia 31 de agosto deste ano. Os clientes das lojas Subway, Vivenda do Camarão, Seletti, Spoleto e Koni Store já contam com o serviço de entrega para seus clientes.

"Ainda não são todas as lojas que oferecem o serviço de entrega. Mas já recebemos pedidos de outras bandeiras que querem participar", explica o coordenador de Marketing do Shopping Metrô Santa Cruz, Túlio Cyrillo. Segundo ele, a estratégia deve somar nas operações do empreendimento e não vão prejudicar as vendas das lojas físicas.

Tíquete médio

Um movimento positivo observado por Cyrillo está no valor de tíquete médio dos pedidos. "Percebemos que há um aumento no valor das compras feitas pelo PedidosJá, mas o movimento é natural dos canais de e-commerce", detalhou ele.

As compras feitas por meio do aplicativo tem os mesmos preços das lojas físicas. Para divulgar e conquistar os novos clientes, as lojas irão realizar as entregas sem taxa até o dia 30 de novembro. A partir de dezembro será cobrado uma taxa no valor de R$ 8 por entrega.

Caminho natural

A rede Los Paleteros também tem investido no serviço. Atualmente, a marca conta com nove lojas próprias e 101 franquias, destas cinco fazem entregas. Um dos sócios-fundadores, Gean Chu explica que o delivery foi um caminho natural.

"Nós apenas formalizamos um serviço que já era feito por algumas unidades. Mas ainda é algo bastante novo, pois o brasileiro não tem o hábito de pedir o sorvete para comer em casa".

Segundo ele, algumas unidades já registraram a venda de 200 paletas por mês no serviço de entrega. O modelo está disponível em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. O cliente pode comprar pelo aplicativo Hellofood ou nas próprias lojas. O valor do frete é de R$ 7.

Com adoção do delivery a expectativa da marca é que o avanço seja gradual. A operação, que está com menos de um mês em São Paulo e mais de três em Curitiba, tem revelado traços do perfil dos clientes, mas segundo Chu, criar esse costume nos não é algo rápido. "Temos mais empresas comprando pelo delivery. Isso já mostra uma tendência do canal e uma oportunidade de atuação mais forte para o futuro", finaliza.

 



Veículo: Jornal DCI


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