Juros ao consumidor aumentam

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                                     A taxa média anual de 128,78% registrada no mês passado é a maior desde julho de 2009.

Mesmo depois de o Banco Central ter mantido os juros básicos da economia (Selic) em 14,25%, no mês passado, os bancos, financeiras e o comércio em geral reajustaram as taxas cobradas do consumidor nas principais linhas de crédito. É a oitava elevação do ano e a décima primeira consecutiva. Em seis linhas de crédito pesquisadas pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) houve reajuste em todas e a taxa média mensal subiu de 7,06% para 7,14%. Ao ano, a taxa média subiu de 126,74% para 128,78%.  o maior patamar de juros desde julho de 2009.

Os juros do comércio subiram de 5,25% para 5,30% ao mês. No cartão de crédito, o cliente que entrar no rotativo pagará juros de 13,37% frente aos 13,03% cobrados no mês de julho. Se rolar a dívida durante 12 meses, desembolsará juros de 350,79% ao ano, o maior patamar desde março de 1999.

No cheque especial, a taxa subiu de 10,10% para 10,14% (218,67% ao ano), enquanto nos empréstimos de bancos direcionados para a compra de automóveis os juros subiram de 2,12% para 2,14%. Nos empréstimos pessoais, a taxa foi de 4,13% para 4,15% e nos bancos e de 7,70% para 7,72% nas financeiras.

Para o diretor de pesquisas econômicas da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, o atual cenário da economia, com recessão, crescimento do desemprego e incertezas quanto às medidas a serem tomadas pelo governo para recolocar o país nos trilhos do crescimento aumenta o risco de inadimplência. De acordo com a Anefac, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses.

"A inflação elevada, o aumento de impostos e os juros maiores reduziram a renda das famílias. E as expectativas para 2015 são igualmente negativas, o que leva as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com calotes", explica Ribeiro de Oliveira.

Desde que o Banco Central começou a elevar a taxa de juros, em 2013, a Selic já subiu 7 pontos percentuais, passando de 7,25% ao ano para 14,25%. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física subiu de de 87,97% ao ano em março de 2013 para 128,78% ao ano em agosto, uma alta de 40,8 pontos percentuais.

Além desse repasse, diz Ribeiro de Oliveira, o aumento das taxas de juros futuros por causa da turbulência política econômica e a elevação da carga tributária para o sistema financeiro com a alta da Contribuição Social sobre o lucro líqüido (CSLL) de 15% para 20% também se refletem no em mais altas nas taxas de juros das operações de crédito.

No caso dos juros cobrados em empréstimos de empresas também houve aumento. A taxa média de três linhas (capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida) passou de 4,06% ao mês (61,22% ao ano) em julho passado para 4,09% ao mês (61,77% ao ano) em agosto.  a maior taxa de juros desde junho desde 2009.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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