Papelarias ampliam linhas de produtos com preço popular

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                                  Com 98% de pequenos empresários, segmento teve queda superior a 9% no primeiro semestre, mas evitou repassar preços ao negociar de forma mais efetiva com os fornecedores nacionais



São Paulo - O menor poder aquisitivo e a contenção de gastos impactaram o segmento de papelarias. Por anos ancorado em itens licenciados, de maior valor agregado, hoje as redes se veem obrigadas a ampliar a linha de itens populares para suprir o novo hábito de compra.

"A procura pela linha popular de material escolar teve um aumento muito significativo nas vendas este ano", disse o gerente-geral do Armarinhos Fernando, Ondamar Ferreira, ao DCI.

Hoje, 70% dos itens oferecidos na rede são populares e os 30% ficam com os produtos licenciados de personagens, categoria essa preferida pelo consumidor mirim. Segundo o executivo, os itens licenciados são fundamentais no ponto de venda mas a compra desses itens, no Armarinhos Fernando, ficou condicionado a mochilas e aos cadernos. "Criança gosta dos personagens, logo os pais compram alguns produtos licenciados. Já lápis e outros itens foram da linha popular", explicou ele.

A venda de material escolar na rede cresceu 10% no primeiro semestre e segundo Ferreira, já começou a movimentação de pais na loja para repor alguns itens. "Este mês chamamos de mini volta às aulas, pois as compras de material acontecem com maior intensidade no começo do ano. Agora é a compra de reposição", explicou ele ao que completou: "Mesmo com o bom resultado ficamos preocupados em não atingir a meta devido a crise econômica".

Dificuldades

Apesar do bom desempenho do Armarinhos Fernando, o começo do ano atípico, de queda superior a 9%, foi enfatizado pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório e Papelaria de São Paulo e Região (Simpa), Antonio Nogueira. "Foi um ano atípico e não foi no bom sentido", disse.

Segundo Nogueira, que é proprietário da Papelaria São Miguel, no centro de São Paulo, hoje o menor poder aquisitivo do consumidor pesou. "Sentimos a falta de público nas lojas. Conversando com outros empresários, todos afirmaram que sentiram queda na utilização do cartão de crédito e débito nas lojas, assim como no tíquete médio de compras".

A migração do consumo para categorias mais baratas também foi confirmada pelo presidente do Simpa. "Há dois ou três anos atrás tivemos o lançamento de muitos filmes, que geraram a criação de produtos licenciados. Este ano se três foram lançados foi muito".

Preços

A expectativa no começo do ano era de que os itens que compõem a lista de material escolar ficassem 8% mais caro, mas segundo Nogueira isso não aconteceu. "Não existe monopólio de fornecimento ao setor, então não dependemos apenas de um para nos abastecer. Conseguimos negociar para que não houvesse repasse nos preços", disse.

Mesmo sem repasse nos preços, entretanto, o consumidor está mais atento e pechinchando antes de fazer as compras. "Os homens têm pechinchado mais do que as mulheres. Elas pesquisam preço e compram. Já os homens barganham mais", concluiu.

Levantamento do comparador de preços Zoom feito para o DCI apontou que há uma grande variação no valor dos produtos. Uma mochila escolar da Skip Hop Zoo, por exemplo, foi encontrada por R$ 129,90 em uma loja e por R$ 189,90 em outra, o que representa variação de 46%. Outro dado apurado pelo Zoom foi a variação de 291% no valor de um caderno de brochura.



Veículo: Jornal DCI



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