Alimentação surpreende e puxa IPC-S da 1ª leitura para 0,70%, diz FGV

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A inflação de alimentos voltou a puxar para cima o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) do começo de maio, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Além da pressão maior dos itens alimentícios, o IPC-S do período também acelerou devido à mudança de peso do grupo Alimentação, que passou de 25,03% para 25,1%, segundo o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti. "Realmente, o grupo teve uma alta maior e que foi potencializada pelo aumento do peso", afirmou, lembrando que a atualização dos pesos ocorre mensalmente.

De acordo com a FGV, o grupo Alimentação avançou de 0,86% no fechamento de abril para 0,93% na primeira leitura deste mês, e empurrou o IPC-S para 0,70% no período (ante 0,61%). A alta, contudo, não altera a previsão de Picchetti, que segue em 0,50% para o fim de maio. "Não perdi a esperança. Pode ser que retroceda até o final do mês. Não acredito que a projeção esteja descartada. De 0,61% para 0,70% agora, o índice vai ter que dar uma caminhada até voltar para 0,50%", afirmou.

Isso porque, o grupo Alimentação, que puxou o índice para cima, tem um comportamento bastante "imprevisível", já que segue na dependência das condições climáticas. Além disso, Picchetti disse que alguns itens que subiram bastante nesta medição já dão sinais de arrefecimento à frente.

Segundo ele, a maior pressão individual veio de hortaliças e legumes, na passagem do fim de abril para a primeira quadrissemana de maio (últimos 30 dias terminados na quinta-feira), ao passar de 2,68% para uma elevação expressiva de 5,72%. "Subiu bastante. O que não surpreende é a alta do tomate (de 21,46%), mas na ponta (pesquisas mais recentes) está ao redor de 15%. É o que pode ajudar o índice a voltar para a previsão (de 0,50%)", analisou.

Também chamou a atenção do economista a alta de 3,62% no item show musical, após recuo de 2,05% no final de abril, e que puxou o grupo Educação, Leitura e Recreação para uma taxa de 0,61%, ante 0,14%. Ainda na lista de maiores variações, ele citou a de 1,50% em Saúde e Cuidados Pessoais (ante 1,37%), por causa do reajuste recente nos preços dos medicamentos. "O impacto da alta, provavelmente, deve refletir sobre o índice até o final do mês. O resultado do restante (dos grupos) veio dentro do esperado", disse.

Administrados

Apesar de o resultado ainda estar longe da variação de 22,60% apurada no fechamento de março, o item tarifa de eletricidade pressionou o grupo Habitação (para 0,58%) na primeira leitura de maio, ao ficar com alta de 0,85%, ante 0,59%, por causa de novos aumentos dos preços de energia em Salvador e em Belo Horizonte, disse Picchetti.

"O ano de 2015 é a inflação dos administrados. Provavelmente o que vai acontecer é que o que vamos ver nem irá se comparar em termos de magnitude ao que aconteceu no começo do ano. Tem mais de 50% de ajuste acumulado de energia. Mesmo na leitura de hoje o item está com aceleração. Isso não ajuda, mas, ao que tudo indica a grande correção foi feita no início do ano. A menos que a seca volte mais forte ainda, o que pode mudar a história", avaliou.

O grupo serviços também incomodou o IPC-S da primeira quadrissemana de maio, ao ficar em 0,95%, após 0,72%. Segundo Picchetti, o movimento foi puxado pela alta de 1,03% de refeições em bares e restaurantes, depois de 0,98% no fechamento de abril.



Veículo: Estado de Minas


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