Recuo da atividade industrial deve ter chegado ao limite

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O gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, avaliou ontem que a queda da atividade deve ter chegado ao momento "mais forte" até agora. "Não creio em um mergulho pior", disse. Até porque, segundo ele, o ajuste ocorrido no setor até agora já foi muito forte.

O economista lembrou, no entanto, que os números do mercado de trabalho devem continuar negativos pelos próximos meses por causa da defasagem de impacto da economia sobre os empregos. "O mercado de trabalho demora um pouco mais para mostrar efeitos", considerou.

Castelo Branco salientou que, como não há previsão de retomada da economia pelo lado do consumo - já que há, entre outros pontos, um ciclo de alta dos juros que retrai a demanda - sobram os investimentos e as vendas externas como uma possibilidade de reação.

"O câmbio é uma variável fundamental, mas o impacto das variações não é imediato", considerou. Ele comentou que há duas semanas o dólar fechou num patamar mais baixo, a R$ 2,90, o que enseja dúvidas sobre a trajetória da moeda. Apesar disso, de acordo com o economista, a valorização da moeda americana no mercado internacional é irreversível e o real deve acompanhar essa tendência.

Castelo Branco disse ainda que os Estados Unidos são o principal mercado brasileiro, mas que é preciso lembrar que não só os produtos asiáticos quanto os europeus ficaram mais baratos por causa da desvalorização de suas moedas. "O mercado está acirrado em termos de concorrência", disse. Por isso, de acordo com o representante da CNI, o câmbio é uma janela de saída que precisa ser explorada pelos exportadores.

Questionado sobre o futuro do desempenho industrial em 2015, o economista afirmou que "o ano já está ruim". "A expectativa é que as medidas de ajuste - principalmente fiscal e monetária - mudem a percepção do cenário prospectivo e que comecem a alterar a confiança dos investimentos e a levar a uma recuperação da economia. Quando vai se dar isso, ainda não temos clareza, até porque medidas ainda estão em discussão no Congresso Nacional", disse. "Hoje, as contas fiscais são a variável mais importante para a confiança dos agentes e para a recuperação da economia", completou. (AE)




Veículo: Diário do Comércio - MG


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