5 tendências do varejo para ficar atento em 2015

Leia em 5min 30s

Se sua empresa está diretamente ligada ao varejo, confira essas tendências colhidas no NRF Big Show 2015!

 



104 edições… nem o Oscar, com seus 87 anos de idade, é tão tradicional quanto o NRF Big Show! A National Retail Federation, ou Federação Americana de Varejo, reuniu 35.000 pessoas em seu principal evento, que acontece todos os anos na fria Nova York. Fria mesmo! A média de temperatura foi de -7ºC, com picos de -10ºC. Nada mal para quem vinha de 45º C de sensação térmica no Rio. O gelo valeu por vários aprendizados que eu faço questão de compartilhar aqui.

O Brasil, como sempre, teve a maior delegação não-americana do evento, com quase 2.000 participantes. Portanto, o evento é bom não só pelo conteúdo, mas também pelo networking, pois em geral são os presidentes e diretores das empresas que comparecem. A estrutura do evento é gigante e muita coisa acontece simultaneamente com sessões de palestras, debates e a feira com stands dos principais fornecedores de varejo do mundo.

Este ano, o convidado de honra foi o Ben Bernanke, ex-presidente do Banco Central americano, que foi um dos responsáveis por tirar os EUA da crise subprime de 2008/2009. A mensagem principal foi de otimismo. No ano passado, o convidado foi o ex-presidente George W. Bush. Também esse ano, passaram pelo palco principal o presidente da Levi’s (que entrou cantando Beatles e falou dos valores da marca), o presidente do Walmart US, o visionário Juan Enriquez, entre outros palestrantes craques. Muito legal também a participação de brasileiros nos palcos: C&A, GPA, GSMD e Netshoes.

Destaco abaixo os principais tópicos debatidos em todo evento:

1. OMNICHANNEL: não importa onde, é comércio

Não importa se o cliente compra na loja física, no e-commerce, no m-commerce, no s-commerce, se ele leva o produto no braço, se recebe em casa, se pesquisa preço ou compra por impulso… o que importa é que ele é seu cliente e quer ser bem atendido independente do canal. Para isso, você precisará ter tecnologia, inteligência, time, processos adequados para isso.

2. BIG DATA está mudando o mundo, até o dos esportes

Foram convidados gestores dos principais esportes americanos (tênis, futebol, futebol americano, basquete, hockey) com o objetivo de compartilhar as melhores práticas de Big Data num paralelo com o varejo.

Basquete: a NBA disponibilizou, gratuita e abertamente em seu site, todos os dados de todos os jogos e jogadores desde 1936. Além disso, desde o ano passado, os times treinam com tecnologia vestível para monitoramento em tempo real, com o objetivo de aumentar o desempenho, antecipar ou prevenir lesões.

Futebol americano: a marca de moda Levi’s construiu, em parceria com o 49ers, um novo estádio recheado de tecnologia, formando um exemplo de marca que inova fora do âmbito esperado pelo mercado.

Futebol: nos intervalos dos jogos da Copa do Mundo, o goleiro da Alemanha recebia em seu iPad todas as estatísticas do primeiro tempo, para planejar a estratégia do segundo. Big data está mudando os esportes e é incrível como a Fifa está atrasada na autorização do uso de tecnologia para aprimorar a experiência do torcedor. O principal aspecto em que o big data pode ajudar um time é fazê-lo entender quem é seu fã. A Alemanha vendeu 3 milhões de camisetas ano passado. Recorde!

Tênis: a representante da WTA disse que o tênis está atrasado em relação aos demais esportes. Pretendem lançar uma plataforma social própria para interagir melhor com seus fãs. Em números: são 800 milhões de fãs de tênis no mundo. Apenas 5 milhões vão aos estádios. A WTA só possui 40 mil em sua base de dados…

Saber quem são os fãs, quais são seus gostos e preferências, qual é seu perfil etc. faz com que se possa tratá-lo individualmente com ofertas e atendimento direcionados.

3. A presença em MOBILE passa a ser obrigatória

O assunto é tão importante que foi considerado um dos pilares do evento, que teve palestras e debates exclusivamente sobre Mobile. Já não é mais tendência, é realidade:

• Usuários com iPhone convertem 15% mais do que outros dispositivos (existem varejistas fazendo versões de site mobile diferentes, baseado no dispositivo).

• 19% das vendas in-store são influenciadas pelo mobile.

• 25% dos consumidores têm a expectativa que a experiência no mobile mude de acordo com o seu contexto. A experiência mobile da compra de passagem aérea deveria ser diferente antes e depois do embarque, por exemplo.

• As pessoas checam seus smartphones, em média, 185 vezes ao dia!!! Cada vez que isso acontece, é uma oportunidade que o varejista tem de interagir com o seu consumidor.

4. Estamos na era da EXPERIÊNCIA e da PERSONALIZAÇÃO

A sacada não é oferecer o mesmo preço em canais diferentes, mas sim oferecer o mesmo preço para o mesmo cliente em canais diferentes.

Um dos destaques foi para o trabalho do Centro de Inovação do eBay, que desenvolveu o conceito de interatividade da loja Rebecca Minkoff no SoHo, em NY, e também para os projetos de realidade aumentada, para moda e estádios.

O futuro será das personalizações que puderem gerar uma experiência incrível e individualizada para cada consumidor, que, por sua vez, terá cada vez mais acesso às tecnologias vestíveis, internet das coisas, drones, robôs, impressoras 3D, carros auto-dirigíveis e adaptações do próprio DNA, conforme palestra do visionário Juan Enriquez.

5. Vale cada vez mais investir na PRECIFICAÇÃO DINÂMICA

Foram nada menos do que 4 palestras sobre o tema, que está cada vez mais entranhado na operação das lojas virtuais americanas.

Muito interessante foi o caso de uma loja virtual que usa uma tecnologia que identifica qual concorrente afeta sua demanda, para que ela possa trocar o preço somente quando o concorrente relevante trocar, e não qualquer concorrente.

Um estudo mostrou também que a Amazon não foi a mais barata no Black Friday americano. O Walmart conseguiu ser ainda mais agressivo, porém isto não está claro na mente dos consumidores.

Um sugestão de estratégia para implementar precificação dinâmica foi: começar pequeno, construir confiança em toda a organização em passos pequenos, alta direção patrocinando, medir resultados desde o início, pegar feedbacks com a equipe da ponta. Não é da noite para o dia que se deve implementar. Hoje, 13% da troca de preços nos EUA é de 1 centavo para cima ou para baixo!

Em suma, o evento foi excelente para encontrar as pessoas e observar as tendências que em breve estarão por aqui. Em 2016, você não pode perder!




Veículo: Diário do Comércio - MG


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