Grupos estrangeiros de farmácias se interessam por comprar redes no Brasil

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Cresce o interesse de grandes grupos estrangeiros do setor de farmácias no Brasil. Quase dois anos após adquirir a Onofre, a americana CVS dá duro para comprar a Drogarias São Paulo e Pacheco. Segundo analistas, três propostas já teriam sido feitas, sendo a mais recente delas costurada ao redor de cifras superiores a R$ 6 bilhões, todas recusadas por Samuel Barata, sócio controlador do grupo e à frente da carioca Pacheco. A companhia brasileira não comenta o assunto. Procurada, CVS não respondeu.

 

 



Esse interesse pelas redes de drogarias brasileiras é embalado por uma expansão anual de causar inveja à China. As grandes redes viram seu faturamento subir, em média, 15% em 2014, de acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drograrias (Abrafarma), que reúne uma fração inferior a 10% das cerca de 68 mil farmácias em operação no país. O resultado das pequenas - que são maioria - teve incremento de 13% sobre 2013, diz a Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCFarma). O Brasil deve saltar de 10º para 4º maior mercado farmacêutico entre 2008 e 2018, segundo dados da IMS Health, atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão.

"Com o acelerado envelhecimento populacional, os estrangeiros virão. A CVS, por exemplo, parece ter comprado a Onofre (quase dois anos atrás) para entender o mercado e o consumidor brasileiros. Agora, estaria em busca de ativo que garantam escala para atuar no Brasil. Avalio que o acordo com a Drogarias São Paulo e Pacheco é questão de preço", diz Caio Moreira, analista do Banco Fator.

Empresas e especialistas afirmam que a atual crise econômica do país não implicará em retração para o setor, que deve manter crescimento de dois dígitos por pelo menos cinco anos.

Envelhecimento impulsiona o setor

Rio de Janeiro - O envelhecimento populacional e o ganho de renda no país são chaves no impulso às farmácias. Com maior acesso à saúde, sobem as vendas de medicamentos; com a busca por bem-estar, as de perfumaria. O segmento - principalmente cosméticos - já equivale a um terço do faturamento. Segundo a IMS Health, 34% das vendas vêm de não medicamentos, crescendo acima da média dos remédios, com altas de 10,4% e 8,9%, respectivamente, nos últimos dois anos.

"As mulheres têm papel preponderante neste cenário, pois têm decisão e, agora, poder de compra", diz Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma. Esses itens transformaram o modelo de negócio. As farmácias apostam em espaço para produtos e marcas de beleza.

As cariocas Drogasmil e Farmalife seguem essa receita, remodelando a rede de lojas. Após a reforma, a unidade eleva o faturamento em 20%, diz Ivan Engel, diretor comercial da unidade de varejo da Profarma. A empresa, que comprou as duas redes em 2013, é exemplo da tendência de consolidação.

A fusão de empresas está turbinando o Ranking Ibevar 2014, que lista as 120 maiores do varejo brasileiro. No segmento de drogarias e perfumarias, há oito redes no clube do faturamento bilionário, com expansão média de 16,5% sobre 2013.

Em 2011, as Drogarias Raia e Drogasil deram as mãos. São Paulo e Pacheco fizeram o mesmo. Os dois novos grupos traduzem a motivação para o interesse de estrangeiros no país. O primeiro fechou 2014 com faturamento estimado em R$ 7,38 bilhões; o segundo, R$ 6,4 bilhões.

A Panvel, com 321 lojas na região Sul, equivale a 67% do faturamento do grupo gaúcho Dimed. Das vendas, 35% vêm de itens de beleza, com 20% do total de artigos de marca própria. O cearense Deusmar Queirós, sócio fundador da Pague Menos, com 740 lojas no país, credita a expansão de 18% em 2014 sobretudo à perfumaria e planeja abrir o capital da empresa em Bolsa em 2016. (AG)




Veículo: Diário do Comércio - MG


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