Cesta básica em Belo Horizonte teve aumento de 1,22% no ano passado

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Apesar de o resultado da capital mineira ter ficado entre os mais baixos das regiões pesquisadas pelo Dieese o preço da cesta foi o oitavo mais alto entre as capitais

 



A maior pressão dos preços dos alimentos ao longo de 2014 em Belo Horizonte refletiu no aumento do custo da cesta básica da capital mineira, que encerrou o exercício passado 1,22% superior ao valor observado em 2013. Apesar de o resultado da capital mineira ter ficado entre os mais baixos das regiões pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço da cesta, estimado em R$ 316,06 ao fim do ano passado, foi o oitavo mais alto entre as capitais.

De acordo com o técnico do Dieese Lúcio Monteiro, isso se deve ao comportamento dos itens da cesta e do mercado consumidor de cada região. Ele destaca, por exemplo, que enquanto alguns produtos registraram retração em seus preços em Belo Horizonte em outras capitais houve aumento. "Precisamos observar que a posição relativa do preço da cesta foi mantida, o que ocorreu em virtude de uma variação em capitais cujos preços são próximos ao praticado em BH", explica.

São Paulo foi a capital onde se apurou, em dezembro, o maior valor para a cesta básica (R$ 354,19), seguido por Florianópolis (R$ 353,10) e Porto Alegre (R$ 348,56). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 245,70), Salvador (R$ 267,82) e Natal (R$ 268,71).

O trabalhador que ganha o salário mínimo recebeu R$ 666,08 após os descontos da parcela referente ao INSS sobre o valor bruto de R$ 724 e gastou 47,45% do seu rendimento líqüido para adquirir integralmente a alimentação mínima necessária estabelecida pelo governo, para o seu próprio sustento em Belo Horizonte. Para comprar a alimentação mínima necessária ele precisou trabalhar, em dezembro de 2014, 96 horas e dois minutos, contra 101 horas e 19 minutos em dezembro de 2013.

Levando-se em conta uma família de quatro pessoas, dois adultos e duas crianças, e supondo-se que as duas crianças consomem o equivalente a um adulto, o trabalhador belorizontino gastou R$ 948,18 somente para cobrir a despesa mínima familiar com alimentação.

Variação -
Em linhas gerais, na variação em 12 meses, os produtos com maior elevação no preço médio foram a carne (10,86%), o pão (10,53%) e o café (4,21%). Comparando com o mês anterior, os produtos que tiveram as maiores altas no mês de dezembro de 2014 foram a batata (32,26%), o feijão (12,72%), a carne (6,16%) e o açúcar (5,60%).

Em relação à variação do preço da carne, Monteiro destaca que o aumento de 10,86% foi significativamente maior do que o observado na maioria das cidades avaliadas pelo Dieese, mas inferior às demais capitais do Sudeste e do Centro-Oeste. No caso do pão de sal, ocorreu o contrário e a alta de 10,53% no acumulado do ano passado foi maior do que nas demais capitais do Sudeste e nas do Centro-Oeste. Da mesma forma que o café (4,21%).

"Esses desempenhos, por exemplo, colaboraram para que posição relativa de Belo Horizonte entre as cidades pesquisadas fosse mantida", justifica. O técnico destaca ainda que os produtos que apresentaram as maiores quedas em seu preço médio no decorrer do ano passado foram o tomate (-17,48%), o feijão (-16,14%) e o óleo (-11,90%).

Já os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços no último mês de 2014 em relação ao mês anterior foram o tomate (-12,99%), a banana (-7,48%) e o leite (-6,49%). "Essas foram as quedas mais significativas para o último mês do ano passado e para o exercício como um todo, respectivamente. Quando observamos uma retração forte há influência na média geral também", lembra.

Elevação em 17 das 18 capitais pesquisadas

São Paulo -
O preço acumulado da cesta básica aumentou em 17 das 18 capitais do Brasil pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 2014 ante 2013, divulgou na sexta feira a instituição. A única queda foi registrada em Natal, onde o valor caiu 1,7%.

Segundo a Pesquisa Nacional de Cesta Básica, as altas mais expressivas (acima de 10%) no valor do conjunto de produtos essenciais foram observadas em Brasília (13,79%), Aracaju (13,34%) e Florianópolis (10,58%). As menores oscilações positivas ocorreram em Salvador (1,01%), Belo Horizonte (1,22%) e Campo Grande (2,36%).

Em dezembro, houve aumento do preço da cesta básica em 16 das 18 cidades pesquisadas. Apenas Curitiba e Fortaleza registram quedas - de 1,07% e 0,07%, respectivamente. As maiores elevações no valor do conjunto de alimentos essenciais foram registradas em Salvador (4,73%) e Recife (4,35%).

Com base no total apurado para a cesta básica mais cara, a de São Paulo, o Dieese estima que o salário mínimo suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família deveria ser de R$ 2.975,55, ou 4,11 vezes o mínimo em vigor no ano passado, de R$ 724,00. Com o recente reajuste, o salário mínimo em 2015 está R$ 788.

O Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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