Natal frustra produção das indústrias

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Com pedidos abaixo do esperado, hora é de organizar os estoques para vendas futuras e de rever quadro de pessoal

 

 



Depois de quase um ano inteiro de perdas, os industriais mineiros ainda tiveram que amargar resultados negativos também no Natal. Como as encomendas não chegaram no volume esperado, dezembro se transformou em um período de ajustes para 2015. Isso significa, na prática, refazer as contas, organizar os estoques para vendas futuras e demitir o excedente de profissionais para enfrentar um exercício que sinaliza ser desafiador.

O setor têxtil, por exemplo, deverá fechar este ano com uma produção cerca de 5% inferior à registrada no ano passado. E grande parte dessas perdas foi quantificada agora no fim do ano, que é, ou deveria ser, o melhor momento de vendas para o segmento. "Este período foi decepcionante. Muito aquém do que prevíamos", afirma o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindmalhas), Flávio Roscoe.

Inicialmente, as projeções do setor têxtil eram de crescimento da ordem de 5%. Porém, antes mesmo de chegar o Natal é possível detectar que a expectativa ficou muito longe da esperada porque as encomendas chegam para as indústrias com, pelo menos, um mês de antecedência.

Outro fato que é certo é que os estoques fecharão o ano acima do que normalmente acontece. Como resultado, os preços em janeiro deverão ficar mais atraentes. Ou seja, o comércio deverá ter um início de ano de muitas promoções, já que poderão negociar melhor os preços com a indústria.

Calçados - O setor calçadista seguiu a mesma tendência negativa neste fim de ano. A queda na produção anual comparada com 2013 deverá ficar próxima dos 15%. Somente no Natal, a retração será de 5%, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Estado de Minas Gerais (Sindicalçados-MG), Jânio Gomes.

O resultado frustra as expectativas de um 2015 bom para os calçadistas. "A indústria vai trabalhar mais com o pé no chão em 2015 porque vem sofrendo há oito anos. Baixíssimo investimento e demissões para ajuste do quadro à realidade é o que temos como certo. A dispensa de trabalhadores começou neste mês", afirma.

Para a indústria de joias foi preciso se aliar aos importados para evitar queda muito acentuada no faturamento. A fabricação do setor teve retração de 10% na comparação com o Natal passado, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas do Estado de Minas Gerais (Sindijoias-MG), Raymundo Viana.

Mas as vendas das joalherias subiram 30% pautadas na comercialização de importados. "Nosso setor está tornando-se mais um comércio do que uma indústria. Os fabricantes de joias estão passando por momento muito complicado. Por isso, estão vendendo também itens importados, como relógios, que têm a produção toda externa", afirma.

Somente a indústria de brinquedos não teve motivos para reclamar neste ano. Assim como o projetado, as vendas voltadas para o Natal apresentaram alta de 15% frente a 2013. O crescimento do ano todo deverá ficar em torno de 11%. "Nosso público é diferente. A criança não entende de situação econômica ou preço. Ela simplesmente quer um brinquedo e os pais se esforçam para dar. Por isso, para nosso setor não existe crise nesta época", afirma o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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