Setor vai faturar 3% menos no ano, diz Abinee

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De acordo com a Abinee, o desempenho registrado neste ano deve ser mantido em 2015. Além disso, a demanda por celulares deve diminuir e distribuidoras de energia seguem enfraquecidas

 




A indústria de eletrônicos deve encerrar o ano com queda de 3% no faturamento, já descontada a inflação, apesar do bom resultado no segmento de smartphones. Para 2015 a previsão é manter o ritmo fraco, com inflação alta e queda nas exportações.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), apenas quando considerado o faturamento nominal do setor, sem excluir a inflação, o resultado é positivo, com R$ 159 milhões, equivalente a alta de 2% ante o ano anterior. A retração na produção já vem impactando no nível de emprego, que deve recuar 2% até o final do ano, chegando a 175 mil postos de trabalho. Em investimentos a queda foi de 5%, somando R$ 3,9 milhões.

"Este ano o nível de atividade no setor foi bastante ruim, apesar dos incentivos recebidos, que tornaram a caminhada um pouco menos onerosa", afirmou Humberto Barbato, presidente da Abinee, durante a coletiva de imprensa para apresentação do resultado consolidado do ano.

Para Barbato, para que as medidas de incentivo a indústria tenham real efeito, precisam vir acompanhadas de uma política cambial que favoreça a competitividade. Ele criticou a manutenção da taxa de câmbio em patamar valorizado nos últimos anos.

Câmbio

No entanto, em 2014, o câmbio não foi o principal responsável pela queda das exportações, mas sim a retração da demanda. Com o mercado externo comprando menos, nem a desvalorização do real ante o dólar garantiu melhora no resultado e as exportações devem somar US$ 6,6 milhões este ano, queda de 9% ante 2013.

No mesmo ritmo, a demanda interna também sofreu redução, afetando as importações, que recuaram 4% para US$ 41,9 milhões.

O segmento de telecomunicações foi um dos poucos cujo faturamento real avançou na comparação com 2013, subindo 9%, ajudado principalmente pela venda de celulares (27%), que compensou a queda em infraestrutura (-5%).

As perdas no faturamento foram lideradas pelo segmento de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (GTD) com queda de 13%.

"As distribuidoras estão passando pela maior crise dos últimos anos e com isso o segmento viu uma queda significativa na demanda este ano", explica Newton Duarte, vice-presidente da Abinee.

Perspectiva


De acordo com a Abinee, o desempenho registrado neste ano deve ser mantido em 2015, visto que a situação das distribuidoras de energia não deve melhorar, levando a previsão de queda de 4% no segmento GTD no próximo ano.

Com isso, o faturamento nominal do setor deve avançar 2% para R$ 163 milhões e as exportações terão recuo de 1% para US$ 6,6 milhões.

Os investimentos terão alta de 2% no próximo ano, quanto o emprego e as importações devem permanecer em linha com os resultados de 2013.

Já o segmento de celular, que ajudou as fabricantes neste ano, deve reduzir o ritmo e recuar 3%, enquanto a infraestrutura em comunicação pode mostrar resultado melhor, com alta de 10% em 2015.

Outra aposta é a demanda para limpeza de faixa das TVs, que, com o leilão da faixa de 700 MHz (4G), passarão a ser usadas pelas operadoras de celular. O custo total de limpeza da faixa é estimado em R$ 3,6 bilhões e deve movimentar o mercado no próximo ano.



Veículo: DCI


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