Cacau paraense busca o mercado internacional

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Até os próximos oitos anos, o Pará deverá tomar a frente da produção do cacau do país. O caminho até o primeiro lugar em produção nacional está sendo trilhado e parte dessa prospecção pode ser vista na 20ª edição do Salon du Chocolat, que terminou no sábado (1) em Paris.

 



Produtores e fabricantes da cadeia produtiva do cacau no Estado estiveram no maior evento mundial dedicado ao chocolate apresentando não somente a amêndoa do cacau usada para a produção mundo a fora, mas também o beneficiamento do fruto, com produtos da linha de chocolates finos e gourmets produzidos por chocolateiros paraenses.

A comitiva paraense formada por 30 pessoas entre representantes da Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Incentivo a Produção (Sedip), Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Secti), Sebrae-Pa, Federação de Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira (Ceplac) integrou a 3ª edição do Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia, que funciona dentro do estande brasileiro ao lado da comitiva que representa o cacau da Bahia – hoje o maior produtor de cacau do país.

Com uma indústria cacaueira cada vez mais verticalizada, o Pará pretende se tornar o polo exportador de chocolate de padrão internacional. A tarefa complexa dá passos largos graças a diversidade do cacau produzido em solo paraense. Hoje o Pará é o segundo maior produtor de cacau do Brasil, e tem o município de Medicilândia como primeiro em produção de amêndoas do fruto; com a exportação de 35 mil toneladas ao ano. Outros municípios que são grandes produtores de cacau são Uruará, Brasil Novo, Altamira, Vitória do Xingu, Placas, Tomé-açu, Tucumã, Pacajá e Novo Repartimento também estão envolvidos com a meta.

Parte do mercado internacional está sendo fisgado aos poucos. Ademir Venturini, presidente da Cooperativa da Agroindustrial da Transamazônica, conseguiu, no primeiro dia do salão, atrair um dos mais importantes chocolateiros franceses. Patrick Chapon confirmou uma visita a Medicilândia no primeiro semestre do próximo ano assim que experimentou a amêndoa que ganhou de presente do presidente da cooperativa. “O Pará se expressa hoje como um grande produtor do cacau de qualidade, mas nosso intuito também é atrair o olhar para o chocolate produzido nas nossas fábricas”, disse Ademir.

Para o presidente da cooperativa, comercializar o chocolate produzido no Pará agregará valor no preço do cacau do paraense e, consequentemente, irá melhorar o lucro do produtor direto. Com o chocolate de qualidade, o custo será bem maior, porém, trará o retorno proporcional ao mercado local.  Chapon confirmou o interesse pela produção cacaueira da Amazônia. “Tive uma primeira boa impressão da amêndoa que traz um bom formato, tem um interior particularmente interessante de cor avermelhada própria para um bom chocolate”, avaliou o francês.

José Conrado Santos, presidente da Fiepa, presenciou o interesse internacional pelo cacau paraense. “Estamos chamando a atenção do mundo pela produção do cacau que vem crescendo a níveis mundiais, com índices de 10% na sua produção de amêndoas. A gente tem um caminho bem promissor em seguir na agregação de valor na cadeia do cacau. Num esforço bem integrado, a gente observa que outras cadeias também poderão se beneficiar, como a do leite, da produção do açúcar e até gráfica, quando pensamos nas embalagens. Tem um caminho enorme neste sentido capaz de criar emprego e renda a partir da cadeia do cacau” disse.

Davi Leal, secretário da Sedip, também acredita que a participação paraense na maior feira de chocolate do mundo demonstra o quanto o mercado está competitivo. “Só estimula o governo do Estado a incentivar os produtores do cacau por meio de programas que acelerem o processo de agregação do valor ao produto. Já temos sinais disso, com a inauguração de uma fábrica de licor da Cargill, em Castanhal. Também tivemos uma conversa com o Ministro de Transportes, pedindo melhorias para a Transamazônica, principal via de escoamento da nossa produção”, pontuou.



Veículo: O Liberal - PA


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