Faturamento do atacado recua 3,9% em agosto

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Em relação ao mês de julho, a retração foi de 2,6%. Levantamento da ABAD mostra contínua queda no volume de vendas.  Com o cenário econômico em deterioração, a previsão de crescimento do setor em 2014 foi revisada para algo entre 1,5% e 2%.


 

 

O faturamento do segmento atacadista distribuidor segue em queda segundo pesquisa mensal da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração), com um conjunto de empresas que fornecem números preliminares sobre o desempenho do setor. Em agosto, de acordo com percentuais deflacionados, tanto na comparação anual como na comparação mês a mês houve retração, respectivamente, de 3,9% e 2,6%. No acumulado do ano, de janeiro a agosto, o crescimento foi de apenas 0,58% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

"O cenário econômico vem se deteriorando rapidamente, com impacto direto no varejo e, consequentemente, no setor atacadista. Com a economia estagnada, juros altos e picos inflacionários, não há muito tempo para reverter essa situação neste ano", afirma o presidente José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da ABAD. A entidade iniciou 2014 com a previsão de crescimento de 3,5%. Em agosto, depois do efeito Copa do Mundo, baixou para 2,5%. Agora, a expectativa do setor é crescer algo entre 1,5% e 2%.

 

O consumo da classe C, que vinha sustentando a economia nos últimos tempos, não tem mostrado o mesmo vigor. Dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio) e do Data Popular divulgados recentemente mostram desaceleração das compras nessa fatia da população, ao mesmo tempo que revelam maior endividamento. Os números da indústria em agosto, divulgados em setembro pelo IBGE (Instituto Brasileira de Geografia e Estatísticas), explicam esse comportamento. No ano, a atividade fabril acumula queda de 3,1% e, em 12 meses, de 1,8%. Os bens de consumo semi e não-duráveis sofreram queda de 0,8% em agosto na comparação com o mês anterior e de 3,1% em relação ao mesmo mês do ano passado.

 

A pesquisa mensal do comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Estatísticas e Geografia (IBGE), apontou crescimento do varejo de 1,1% em agosto na comparação com o mês anterior. Em relação a agosto de 2013, no entanto, a queda persiste, atingindo 1,1%. Segmento de maior peso no comércio, o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registraram queda de 0,1%.

 

"Há um consenso no setor de que 2015 será um ano de ajustes econômicos e, seja quem for o presidente eleito, não há como fugir desse cenário", afirma José Egito. A previsão de crescimento do setor atacadista distribuidor para o próximo ano é de 2%.

 

Apesar das perspectivas pouco animadoras, a ABAD aposta na capacidade do setor de superar situações adversas. "É o momento de rever estratégias e redobrar esforços para atingir as metas, ainda que sejam modestas. E um dos caminhos é buscar ganhos de produtividade e eficiência. Sabemos que o setor tem importante papel no abastecimento das famílias de todo o país e é fundamental manter o consumo em patamares capazes de dinamizar a nossa economia", afirma José do Egito.

 

 ABAD

Os agentes de distribuição são responsáveis por abastecer mais de um milhão de pontos de venda nas cinco regiões do Brasil, com participação de 52% no mercado mercearil brasileiro. Eles movimentam cerca de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) do país e faturaram R$ 197,3 bilhões em 2013. A ABAD - Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados, criada em 1981, representa nacionalmente o segmento e reúne mais de três mil empresas de todo o Brasil que comercializam produtos alimentícios industrializados, candies, bebidas, produtos de higiene pessoal e de limpeza doméstica, produtos farmacêuticos e de perfumaria, papelaria e material de construção, entre outros.

 

 


Fonte: Assessoria de Comunicação da ABRAS

 


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