Lojistas veem o Natal com cautela

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Expectativa é de crescimento menor nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado



Mesmo com a influência do Natal, a principal data comemorativa de vendas para o varejo, o setor não conseguirá elevar os patamares de desempenho no fechamento deste exercício. Entidades representantes do comércio em Minas Gerais e Belo Horizonte estimam crescimento moderado neste ano na comparação com 2013, sobretudo, em função do cenário econômico negativo do país. Redução do consumo, aumento da inflação e alta dos juros estão entre os principais fatores que têm inibido os resultados das atividades de comércio e serviços em todo o país.

De acordo com o analista de Economia da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Juan Moreno de Deus, o fluxo observado no varejo do Estado no decorrer do primeiro semestre foi fraco e, apesar de já ter registrado uma recuperação na segunda metade deste ano, as perspectivas são de que encerre 2014 em nível inferior aos apresentados em anos anteriores.

"Em 2013 as vendas do varejo mineiro caíram 0,4% sobre 2012. Somente por este motivo os resultados deste ano deverão ser melhores. A base de comparação é fraca e as atividades estão um pouco mais elevadas. Ainda assim, o cenário não é favorável. A combinação de vários fatores tem feito com que o desempenho fique aquém do que tradicionalmente se espera", explica.

De qualquer maneira, o analista aposta que as vendas do Natal salvarão o exercício. Segundo ele, trata-se de uma época em que as pessoas vão às compras, independentemente do cenário. "As pessoas estarão com mais dinheiro no bolso, por causa do 13º salário, há o apelo emocional da data, mas o ritmo não será o mesmo observado em outras ocasiões", prevê.

Incerteza - Em relação às expectativas para 2015, Moreno de Deus ressalta que é necessário aguardar o resultado do segundo turno das eleições para presidente da República, marcado para o próximo dia 26. " cedo para traçarmos quaisquer projeções. Somente depois que o cenário político for definido é que poderemos esperar qualquer reação econômica para o ano que vem", pondera.

No varejo da Capital a situação não é diferente. Conforme a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Ana Paula Bastos, inicialmente, a projeção da entidade era de um aumento de 3,5% nas vendas de 2014 frente ao ano anterior. No entanto, dada a seqüência de resultados ruins, esse número foi revisto para 2,5% no encerramento deste exercício.

"As vendas vêm apresentando menor crescimento ao longo de todo ano. Isso é normal devido ao cenário macroeconômico, que inclui pressão inflacionária, aumento do custo de vida e restrição do crédito. Além disso, com o boom do consumo em 2012, as pessoas ainda seguem endividadas e o fôlego para as compras diminuiu. Mas essa projeção ainda pode ser revista novamente: para baixo ou para cima, vai depender do desempenho nos próximos meses", avalia.

Ana Paula lembra que em 2013 as vendas do comércio belo-horizontino avançaram 4,61% na comparação com o ano anterior. Em relação ao Natal, a economista disse que a entidade ainda não realizou nenhuma pesquisa junto aos empresários, mas que tudo indica que o crescimento também deverá ser menor. Já quanto a 2015, ela concorda que é necessário aguardar a escolha do novo presidente do país. "Somente quando tivermos uma definição e a criação de um plano econômico é que será possível traçar alguma expectativa para próximos anos", argumenta.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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