Indústria têxtil registra queda de 22% no Estado

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Um dos principais motivos para a queda foi a competição contra produtos importados, sobretudo da China



A produção da indústria têxtil cearense caiu 22,1% de janeiro a julho deste ano, frente igual período de 2013. O dado é da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme a superintendente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Ceará (Sinditêxtil-CE), Kelly Whitehurst, o principal motivo para o recuo nos sete primeiros meses do ano foi a concorrência com os produtos importados pelo Estado, sobretudo da China. "Quando se importa um produto acabado, a indústria sofre um impacto direto", frisa.

Segundo aponta a Abit, nos primeiros nove meses de 2014, o Ceará respondeu por 2,45% do total de importações brasileiras de produtos têxteis e de confecção, totalizando US$ 131 milhões. O número representa um aumento de 2,48% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Iniciativas necessárias


Para Kelly, o setor carece de uma série de medidas que podem impedir novas quedas, entre as quais estão mudanças na tributação e o aprimoramento de aspectos ligados à logística no Estado. "A logística sempre foi um gargalo pra gente. E isso compromete a nossa competitividade", indica a superintendente.

Todos os setores

A indústria cearense como um todo apresentou queda no primeiro semestre deste ano, frente o desempenho de 2013. Segundo dados do Panorama Industrial, publicação do Instituto de Desenvolvimento do Estado (Indi), o recuo cearense foi de 1,5% ante igual período de 2013 - uma queda mais amena que a média nacional (-2,6%).

Além do recuo no setor têxtil, um dos pilares da indústria cearense, o Estado também registrou queda na produção de produtos químicos (-12,8%), minerais não metálicos (-9,9%), máquinas e aparelhos elétricos (-7,3%), calçados e couro (-5,8%), o que contribuiu ainda mais para o saldo negativo do Ceará no primeiro semestre.

De acordo com a publicação, o resultado negativo também é explicado pela retração no segundo trimestre, quando os feriados decorrentes da Copa do Mundo reduziram o número de dias úteis. Ainda segundo o Panorama Industrial, a indústria do Ceará teve queda de desempenho de 1,3% no primeiro semestre de 2014 em comparação ao mesmo período do ano passado. O ritmo ficou próximo da média do País (-1,4%).

Amanhã, a Abit realiza, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o seminário "Circuito Abit/Texbrasil - Competitividade e Internacionalização". O evento, realizado em parceria com o Sinditêxtil-CE, está associado ao Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil), desenvolvido pela Abit em parceria com a Apex-Brasil.

Perspectivas


A intenção do seminário é discutir o panorama atual e as perspectivas do setor, além de mostrar soluções encontradas por empresas para se fortalecer no mercado. A abertura do evento acontece às 14h30, com a participação dos presidentes do Sinditêxtil-CE, Germano Maia, e da Abit, Rafael Cervone.

Entre os temas que serão abordados no evento, estão "Práticas de responsabilidade social corporativa adotadas por empresas têxteis brasileiras", "Atributos determinantes na decisão de compra do consumidor" e "Tendências do Varejo".

As inscrições e informações relacionadas ao evento de amanhã podem ser obtidas pelo e-mail eventos@sinditextilce.Org.Br ou através do telefone (85) 3421 5456.



Veículo: Diário do Nordeste


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