Venda de TVs para Copa foi diferente do esperado

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Agência Estado

A indústria superestimou a produção de televisores para a Copa do Mundo. O varejo reforçou os estoques e o consumidor está comprando uma TV nova, porém num ritmo inferior ao avanço da produção. Esse descompasso explica a guerra de preços que ocorre hoje no varejo e a corrida das grandes redes de lojas para se livrar dos estoques antes do fim da Copa.

Entre janeiro e abril, foram produzidos 5,6 milhões de televisores de LED na Zona Franca de Manaus, apontam dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus. Essa quantidade de TVs é 65,1% maior em relação ao fabricado no mesmo período do ano passado.

De acordo a própria indústria, as vendas para o consumidor aumentaram entre 30% e 40% nos últimos meses na comparação anual. Isso significa que existe uma sobra de produto no varejo. Prova disso é que os fabricantes anteciparam as férias coletivas de dezembro para a primeira quinzena de junho e encerraram o expediente de produção de TVs para a Copa.

"Não vamos comprar TVs nos próximos 30 dias", diz um executivo de uma grande rede de varejo que prefere não ser identificado. Ele afirma que as suas metas de vendas estão sendo cumpridas. Mas o fato de a rede varejista não pretender voltar tão cedo às compras indica que os estoques estão altos.

"O varejo se preparou para uma venda 80% maior e o crescimento está sendo de 40%", observa uma fonte da indústria. Apesar de as vendas serem positivas, a questão é que as margens, que são pequenas, devem ser achatadas ainda mais porque os varejistas devem cortar preços, temendo o encalhe com a proximidade do fim da Copa.

Coreanas

As duas gigantes do setor de TVs, LG e Samsung, estão satisfeitas com as vendas para o varejo. "Ampliamos em 80%", conta o gerente sênior de TVs da Samsung para o Brasil, William Peter Lima. Ele diz que as vendas totais do varejo cresceram 40%. O bom desempenho alcançado até agora fez com que a subsidiária brasileira da companhia ultrapassasse a China e conquistasse a segunda posição em vendas na corporação, atrás apenas dos Estados Unidos. De toda forma, Lima já espera uma ressaca em julho e agosto nas vendas da indústria para o comércio depois da Copa. Com isso, ele acredita que o segundo semestre será equivalente ao de 2013 ou até menor.

"Não existe descasamento entre produção e vendas de TVs", afirma o gerente-geral de TVs da LG, Rogério Molina. De janeiro a maio, a empresa ampliou as vendas em 60% na comparação anual. Enquanto isso, as vendas totais no varejo cresceram cerca de 30%. Segundo Molina, por enquanto, as vendas estão dentro do previsto. Ele pondera, no entanto, que não sabe o que pode acontecer no segundo semestre, considerando que há uma eleição.



Veículo: Diário de Pernambuco


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