Indústria começa a prestar mais atenção no público masculino

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Pesquisa divulgada esta semana pela ToolBox, consultoria especializada em marketing de vendas, batizada "Homens às compras", revelou que o número médio de consumidores masculinos no varejo alimentar dobrou em relação ao registrado há três décadas, respondendo por 31% da clientela. Apesar de bastante significativo, poucas redes de varejo dão ao sexo masculino a atenção devida, seja na concepção do próprio ponto de venda, seja na oferta de serviços e na comunicação.

"Enquanto a indústria amadurece o desenvolvimento de produtos para esse homem, seja com diferentes versões ou novas marcas, o varejo ainda está à procura de soluções para fazer a ponte entre as necessidades do homem atual como 'shopper' e os esforços da indústria para atendê-lo", afirma Rafael D'Andrea, CEO do Grupo ToolBox. "Um exemplo de que a indústria olhou para a ala masculina está no número de lançamentos de produtos de higiene e beleza para esse público, que responde positivamente consumindo 37% das categorias do segmento."

A pesquisa revelou, ainda, que o consumidor masculino que vai às compras é, em sua maioria, casado e tem filhos (66%); cerca de 32% deles se dividem entre profissionais que trabalham em horários alternados ou home office, 10% declaram-se homossexuais e 1/3 reside com o parceiro. E engana-se quem ainda defende a tese de que homem detesta ir às compras e, principalmente, ao supermercado. Entre os entrevistados, 62% frequentam hipermercados e são responsáveis pelas compras mensais do lar, sendo que apenas 20% admitem carregar lista por não saber comprar, ao contrário das mulheres, que em apenas 3% dos casos passa os olhos sobre o papel.

Segundo D'Andrea, entre as surpresas reveladas pela pesquisa estão a disponibilidade de comprar uma marca nova ou de experimentar um lançamento (44%) e o fato de participarem ativamente das decisões de compra (70%). "Eles gostam de compra e estão dispostos a comprar, mas enfrentam dificuldade na compreensão dos produtos. Poucos sabem, por exemplo, a diferença entre um produto multiuso e um de limpeza pesada", diz o executivo. É clara a necessidade que o varejo tem de melhorar a comunicação e o tutorial para este público.

O estudo feito pela Toolbox apresenta resultados muito similares ao levantamento feito pela KantarWorldpanel, o qual destaca que 52% dos consumidores são carentes de relacionamento, demandam a ajuda do vendedor e são abertos a experimentação e degustação. A indústria enxergou rápido e hoje temos nada menos do que 233 mil skus disponíveis nas prateleiras, 14 mil a mais do que no ano passado. O levantamento "Entendendo o Comportamento e a Evolução do Consumidor Brasileiro" abriu um sinal de alerta sobre o novo momento de compra, iniciado em meados do ano passado. "Com o aumento da renda, a queda do desemprego, novos produtos passaram a compor a cesta de compra dos brasileiros nos últimos anos", observa Cristine Pereira, diretora comercial da Kantar. "Todavia, os preços subiram, a inflação começou a mostrar suas garras, aumentando o grau de endividamento de boa parte das pessoas. Soma-se a isso o fato de todos terem cada dia menos tempo".

Diante do novo cenário, o brasileiro que havia abandonado o hábito de fazer a chamada compra do mês, decidiu reduzir usas idas ao varejo, pesquisando mais preços e escolhendo o que não deixar fora da cesta. Como num passado não muito distante, 36% das compras passaram a ser feitas nos primeiros dez dias do mês. Na prática a tradução é simples: tempo e dinheiro valem muito.



Veículo: Valor Econômico


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