Para a Abad, o consumidor começa a mudar o comportamento em face de um cenário de alta inflacionária


Em um momento em que a economia nacional não está trazendo boas respostas, os principais atacadistas do país focam mais na aproximação com os clientes e melhor atendimento do que na abertura de novas unidades e prospecção de outras áreas. Com a estratégia, os grandes distribuidores estão esperando crescimento da ordem de dois dígitos.

Segundo o consultor da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), Olegário Araújo, o consumidor começa a mudar o comportamento em face de um cenário de alta inflacionária. Eles estão avaliando melhor o consumo, se preocupando mais com preço dos produtos adquiridos. Isso exige que os atacadistas apresentem mix mais diversificado.

"As pessoas procuram tamanhos diferentes de produtos, procuram lojas em diferentes formatos e já pensam em racionalizar a compra. E atender a esse público é um dos maiores desafios que temos neste ano", afirma.

Levando em conta essa realidade, o diretor do grupo mineiro Atacado Vila Nova, Leonardo Miguel Severine, explica que a empresa vai focar no melhor atendimento aos clientes. Por essa razão, a empresa, que atua em Minas Gerais e São Paulo, não irá prospectar áreas em outros estados. "Por enquanto vamos consolidar nossa atuação nesses dois estados. Nosso desafio maior é o de melhorar a prestação de serviços cada vez mais", afirma.

Os aportes da empresa são todos voltados para ampliação do mix e maior agilidade na entrega das mercadorias encomendadas. No ano passado, foram R$ 3 milhões em inversões. Para este ano, a expectativa é de realização de investimentos próximos dos R$ 5 milhões.

Resultados - A estratégia tem trazido bons resultados para o grupo. Em 2013, por exemplo, ele alcançou um faturamento de R$ 916,89 milhões. O valor supera em 13,4% os R$ 808,8 milhões de 2012. Dessa forma, a empresa, que atua com produtos ligados a alimentação, higiene, bebida e limpeza, ficou em sétimo lugar no ranking da Abad. Em 2012, havia ficado na décima quarta posição.

Para este ano, a estimativa para a Vila Nova é que haja um crescimento real de 15%. Somente no primeiro trimestre, a empresa já alcançou 10%. "Estamos enfrentando dificuldades sim porque o mercado não está propício. Mas esperamos alterar essa realidade ficando mais próximos dos nossos clientes", afirma.

A estratégia deve realmente gerar resultados, uma vez que é a mesma utilizada pela campeã no ranking da Abad deste ano, a Makro, que atua em todo o país com maior enfoque em São Paulo.

"Estamos investindo para garantir o sortimento correto para os nossos clientes nas unidades espalhadas por todo o país. Além disso, buscamos ser uma opção rápida para que essas pessoas possam economizar tempo e portanto dinheiro. E isso fazemos com treinamento de mão de obra para agilizar o atendimento", afirma o presidente comercial da empresa, André Vercelli.

Em 2013, a empresa alcançou um faturamento de R$ 7,434 bilhões. O valor equivale a uma elevação de 9,8% frente aos R$ 6,773 bilhões de 2012. Para esse ano, a empresa deverá alcançar uma elevação de dois dígitos sobre essa base, na avaliação de Vercelli.



Veículo: Diário do Comércio - MG