Preço do trigo tem alta de 14,4% e pão é reajustado em 7%

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Commodity já está começando a faltar no mercado

Os pães estão sendo reajustados em 7% nas panificadoras mineiras devido à elevação dos custos de produção. E o aumento de cerca de 14% no preço do trigo é uma das principais explicações para o aumento. Porém, pesam ainda sobre o custo do alimento as elevações das demais despesas operacionais, como transporte, energia e mão de obra.

De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a tonelada do trigo produzido no Paraná subiu 14,4% de janeiro até a última terça-feira, ao passar de R$ 735,71 para R$ 839,75. No Rio Grande do Sul o percentual foi o mesmo no período e a commodity aumentou de R$ 584,66 para R$ 668,93.

Segundo o presidente do Sindicato dos Moinhos de Trigo do Estado de Minas Gerais, Lincoln Fernandes, a alta refletiu também na Bolsa de Chicago, com elevação de 15% no período. A principal explicação é a seca que castiga os EUA e a Austrália, dois grandes exportadores do produto. Além disso, o trigo produzido na Argentina e no Paraguai já se esgotou.

No Brasil, os estoques também estão praticamente chegando ao fim. No Paraná, um dos maiores produtores do país, já não existe mais produto disponível para a venda. E o que sobrou, do Rio Grande do Sul, tem qualidade inferior e representa maior gasto no transporte.


Safra - E as notícias são ainda piores quando se leva em consideração que a próxima safra só será colhida em setembro. Ou seja: ainda há um longo período para se viver com a falta de trigo. Em Minas Gerais também há produção do insumo, porém o Estado não é autossuficiente.

Com essa elevação, a produção da farinha de trigo tem ficado cada vez mais cara. Segundo o gerente de Gestão da Moinhos Vera Cruz, Ronaldo Matos, a alta começou em 2013 e manteve-se em 2014. Por isso, entre janeiro do ano passado e abril, o encarecimento do custo de produção na empresa, situada em Santa Luzia (Grande Belo Horizonte), foi de 60%. Somente em 2014, ele foi de 40%.

No entanto, ele ressalta que o impacto não vem somente do preço da commodity. Entra nesta conta também a elevação da energia, do custo de transporte e da mão de obra. Dessa forma, a alta já está sendo repassada para o consumidor final. Somente neste mês, os reajustes estão sendo de aproximadamente 7%. Do início de 2013 até hoje a elevação foi de 35%.

Como cerca de 30% do custo da produção dos pães se referem ao preço da farinha, o alimento também está sofrendo os impactos. Segundo o diretor da Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), Emerson Amaral, se fosse levada em consideração somente a matéria-prima, a variação no preço seria de apenas 2%.

Porém, como existem outros gastos, o impacto para o consumidor final será de 7%. " preciso analisar uma somatória de fatores, como a falta de mão de obra qualificada, que tem elevado os custos, a alta do preço do aluguel e do transporte dos colaboradores, que são arcados pela empresa, entre outros", afirma.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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