Farmacêutica investe em um novo nicho neste ano

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Neste ano, quando comemora 45 anos de existência, a Apsen Farmacêutica inicia uma nova etapa em sua trajetória. Nadando entre gigantes mundiais, o laboratório nacional reforça sua aposta em novos nichos de mercado. Após consolidar produtos como Labirin, para vertigem, e Donaren, para depressão, a companhia agora investe no segmento de insuficiência venosa, com o Dobeven. Com isso, a farmacêutica brasileira avança em sua estratégia, iniciada na década de 90, de explorar novos mercados.

Segundo a empresa, os itens lançados entre 2013 e 2014 contribuirão para o crescimento de 16% projetado para este ano. No período anterior, ela registrou uma receita de R$ 448 milhões.

"O Dobeven já existe fora do Brasil. Estamos trazendo a marca para o País por meio de parceria firmada com a OM Pharma, uma empresa suíça", explica o gerente de marketing da Apsen, Marcelo Guedes, em entrevista ao DCI. Segundo ele, a distribuição do novo produto começa neste mês. "Esse segmento deve crescer nos próximos anos. A insuficiência venosa afeta pessoas de várias idades atualmente e, ao analisar os produtos disponíveis hoje no mercado, percebemos que dava para trazer algo inovador", diz.

A doença venosa crônica, ou insuficiência venosa, acontece quando o sangue das veias não retorna de maneira eficiente das partes baixas das pernas na volta ao coração. Segundo a empresa, quando as válvulas que canalizam o fluxo de sangue em direção ao coração são danificadas, este sangue extravasa e se acumula nas pernas e nos pés.

Fabricado em Portugal, o item aparece como o primeiro grande lançamento da companhia neste ano. Segundo Guedes, outras novidades estão a caminho. "Nós temos alguns novos produtos em análise, mas ainda não fechamos nada para o segundo semestre", afirma. De acordo com ele, a aposta em nichos já contribuiu para alta de 1.000% na receita da empresa nos últimos 10 anos. "Fechamos 2012 com receita de R$ 362 milhões. Há 10 anos a empresa faturava cerca de R$ 30 milhões", acrescenta.

O produto mais vendido pelo laboratório hoje é o Labirin, com cerca de 3,7 milhões de unidades comercializadas anualmente. "O Labirin foi um grande divisor de águas para a Apsen. Através dele, conseguimos reinventar nossa atuação no mercado de otorrinolaringologia", explica.

Entre as linhas que compõem o portfólio atual da Apsen estão: Sistema Nervoso Central (SCN), que responde por 40% da receita anual; Muscular e Esquelética (25%); Urologia e Ginecologia (20%); Gastroenterologia (10%), e Pediatria (5%). Cerca de 90% dos itens vendidos pela companhia hoje são feitos na unidade de Santo Amaro (SP), que nos últimos dois anos passou por mudanças.

Em 2011, a empresa anunciou investimentos de R$ 55 milhões, ao longo de três anos, para a ampliação da fábrica em Santo Amaro e para a construção de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento no mesmo local. Essas mudanças permitirão que a companhia lance de dois a quatro novos itens por ano. "Entendemos que precisávamos, antes de qualquer coisa, preparar o alicerce, que nesse caso é a ampliação fabril, seguida por um espaço dedicado à pesquisa", ressalta Guedes.

De acordo com o executivo, a área destinada para pesquisas deve contar com 60 ou 80 profissionais. Além disso, mais funcionários devem ser contratados para ajudar a viabilizar o projeto de expansão. "Hoje, a unidade de Santo Amaro conta com mais de 830 funcionários, e existe uma grande possibilidade de contratarmos mais profissionais. Devemos ter um aporte de, no mínimo, 5% em 2014", acrescenta Guedes.

Através desses investimentos, a companhia pretende triplicar o seu faturamento nos próximos 10 anos, atingindo R$ 1 bilhão. Hoje, a empresa produz 18,5 milhões de unidades de medicamentos anualmente. "Nos últimos anos, nós conseguimos aumentar a nossa receita total em torno de 15%, sem levar em consideração os novos produtos. Com esses lançamentos projetados para os próximos períodos, esse índice deve crescer", explica o executivo. Ano passado a receita da Apsen cresceu 24% em comparação com o mesmo período de 2012, somando cerca de R$ 448 milhões. Já a indústria farmacêutica nacional cresceu 15,7% no mesmo ano, para R$ 57,2 bilhões.



Veículo: DCI


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