Nos estados que mais produzem cacau, Bahia e Pará, regiões de plantio foram pouco afetadas pelo clima
O preço dos cerca de 18 mil toneladas de chocolates produzidas pelas grandes marcas para a próxima Páscoa não deve aumentar mais por conta da seca no Ceará, e no Nordeste como um todo, segundo garantiu Ubiracy Fonseca, o vice-presidente de Chocolates da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Ainda sem uma média de reajuste definida para 2014, o executivo afirmou que o aumento do calor na região não deve interferir nos custos de comercialização.
De acordo com ele, a intensidade do sol e a seca vista na região dos últimos três anos seriam influentes nos custos do chocolate se interferissem na produção do cacau, o que não aconteceu nos últimos anos.
"Isso é um ponto culminante. Mas, na Bahia, onde fica a maior produção do Brasil, e no Pará, onde também se cultiva cacau, as regiões do plantio são mais próximas do litoral, da Mata Atlântica e a intensidade do calor tem sido menor que no interior do País", afirma.
Perspectiva positiva
Para 2014, além do período da Páscoa - considerado pela entidade como um "13º para as fabricantes" -, Ubiracy estima que o ano seja de expansão para o segmento de chocolates devido aos eventos previstos.
A Copa do Mundo e também as eleições são apontados por ele como possíveis indicadores de aumento do consumo pela agenda de atividades extraoficiais, como coquetéis, reuniões e festas onde o chocolate deve ser comercializado.
"Comprovadamente, investimentos em eventos como estes incentivam o consumo. Outro fator importante é a presença de europeus no Brasil, pois eles são um povo acostumado a consumir chocolate - cerca de 8kg/ano per capta- e não viajam com eles na mala. Então, vão comprar aqui", analisou.
Consumo ainda aquém
No entanto, mesmo com o consumidor nordestino comendo apenas 2k de chocolate por ano, a perspectiva para a região Nordeste ainda é positiva para o representante da Abicab.
Segundo conta, o aumento do consumo na região fez com que grandes marcas investissem em fábricas e centro de distribuição no Nordeste.
"A movimentação no setor levou os fabricantes para a região, principalmente nas capitais fez com que isso acontecesse mesmo com um cenário econômico desfavorável", afirmou. Para Ubiracy, "um PIB (Produto Interno Bruto) e uma inflação relativamente alta" não interferiu na dinâmica do produto "consumido por impulso".
Lançamentos
Na manhã de ontem, 12 expositores associados à Abicab realizaram a tradicional feira da Páscoa, onde 150 lançamentos foram anunciados para 2014. Líder no segmento no Nordeste, a Lacta contou dos 28 milhões de ovos - de 53 marcas - que produzirá para este ano, os quais ainda não têm preço definido.
Além dela, Nestlé (35 novos ítens), Top Cacau ("nove novidades"), Kopenhagen ("20 lançamentos"), Brasil Cacau (56), Garoto (14 lançamentos), Arcor (15) e Cacau Show ("50 produtos exclusivos" para a Páscoa) participaram do evento e apresentaram os novos e os tradicionais ovos de páscoa.
OPINIÃO
Ovos são indispensáveis
Eu sempre fui fã de ovos de chocolate. Todo ano, costumo comprar em média 22 ovos no supermercado e distribuo para minhas filhas, sobrinhos, e também para os filhos das minhas amigas e funcionárias. Aqueles mais finos, que você compra em lojas de chocolate como Cacau Show, Sucré ou Kopenhagen, reservo para o maridão, afinal, o dele tem que ser especial. Já as barras de chocolate, raramente compro. Prefiro os ovos e não abro mão deles. Tanto pelo formato quanto pelo simbolismo.
Me dê um coelhinho, mas não me dê uma barra de chocolate na Páscoa. Sei que não se resume à isso, mas tem coisa mais bacana que ganhar um ovo de Páscoa e entrar no clima do feriado? Como sei que só tem naquela determinada época do ano, compro três só para mim, porque gosto de comê-los mesmo depois da Páscoa.
Veículo: Diário do Nordeste