Há 17 anos no mercado de distribuição de suprimentos em tecnologia de informação em Belo Horizonte, a Supritape acrescentou ao seu mix cerca de 1,5 mil novos itens para aumentar sua variedade e sobreviver ao varejo. De acordo com o proprietário da empresa, Euler Ricardo Bottaro, os supermercados são seus principais concorrentes. "O cliente prefere comprar no supermercado porque lá divide em até 12 vezes, então estamos investindo na diversidade de produtos. Agora, meu cliente sai satisfeito porque procurou o produto em vários lugares, mas encontrou na minha distribuidora", afirma.
Bottaro afirma que percebeu uma diminuição na procura em produtos, como cabos de rede, teclado, mouse, que são peças mais ligadas ao uso de desktops. Por outro lado, registrou crescimento da venda de produtos wireless, como roteadores. Outra linha de produto que deu um salto de venda foi à relacionada a iPhone, como capinhas, cabos de conexão com televisão, carregadores veiculares e película. "Sempre tenho que me adaptar e estar um passo à frente do mercado. Com a globalização, os clientes já sabem que existe um produto novo na praça, então tenho que tê-lo disponível", diz. O empresário afirma que investe, também na qualidade do atendimento para se diferenciar.
Da mesma forma, a Brasil Informática, com sede no bairro Letícia, na região Norte de Belo Horizonte, registrou queda de até 35% na venda de desktops. "O público quer mobilidade e aparelhos que concentram internet, telefone e outros serviços. Os smarthphones e tablets suprem essa demanda que os desktops não conseguem atender", afirma o gerente da distribuidora, Rodrigo Leite Muniz. De acordo com ele, até início do ano passado, a empresa só tinha parceria com a marca Samsung, mas com a necessidade de investimento em dispositivos móveis, foram fechados mais três contratos com outras fornecedoras desse tipo de tecnologia.
A queda na venda de cabos também foi percebida na Brasil Informática, conforme relata Muniz. Ele afirma que os consumidores substituíram esses produtos por outros, como roteadores wireless, aparelhos repetidores de sinal e adaptador USB para a melhoria de sinal da internet em notebooks. "O consumidor final não quer mais saber de cabo, está focado mesmo é na mobilidade", analisa.
A concorrência com o varejo também é destacada pelo gerente como uma vilã para a distribuidora, sendo os magazines os principais concorrentes. "Elas começaram vendendo produtos mais simples e de uma linha só. Mas agora estão aprendendo a comercializar equipamentos mais de marca, concorrendo conosco", diz. Para sobreviver a essa realidade, Muniz afirma que a estratégia é investir em diversidade. "Tem que ter de tudo, inclusive produtos periféricos, como acessórios e suprimentos", conclui.
Veículo: Diário do Comércio - MG