A produção nacional de calçados deve se estabilizar neste ano, de acordo com o presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein. Segundo ele, o setor também deve ser afetado por um aumento no preço do couro, uma das principais matérias-primas do segmento, o que deve forçar os fabricantes a realizar um novo repasse de preços.
"Neste ano, a produção de calçados pode chegar, no máximo, até 900 milhões de pares. Já o faturamento do setor deve crescer impulsionado pelo repasse de preços aos produtos finais. Em relação às vendas, qualquer aumento significativo será proporcionado pelas exportações", disse Klein em coletiva realizada na 41ª edição da Couromoda, em São Paulo.
De acordo com dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os meses de janeiro e novembro de 2013, a produção de calçados e artigos de couro cresceu 6,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Entretanto, segundo Klein, o mercado nacional já registra sinais de esgotamento na capacidade de consumo interno. "O varejo fechou o ano passado com um aumento real de 2,8% nas vendas de calçados. Percebemos que o cenário econômico mudou. O crescimento dos índices inflacionários e o aumento na oferta de outros bens de consumo estão comprometendo o desempenho da categoria", disse.
Diante deste cenário, o executivo reafirma que as empresas nacionais que quiserem crescer neste ano deverão apostar nas exportações, aproveitando o câmbio mais equilibrado. "O patamar ideal do dólar para a indústria calçadista neste ano ficaria entre R$ 2,40 e R$ 2,45", afirmou Klein.
No ano passado, foram exportados 122,9 milhões de pares, alta de 8,5% em comparação com o mesmo período de 2012, quando o segmento comercializou 113,27 milhões. Apesar do aumento, a receita cresceu apenas 0,2% em dólares, registrando US$ 1,095 bilhão no ano passado, ante US$ 1,092 bilhão em 2012.
De acordo com ele, as companhias que não atendem ao mercado estrangeiro terão de promover ajustes na concepção e na produção de calçados para colher resultados ao longo do ano. Entre os setores menos afetados pela queda no consumo está o de injetáveis, como sandálias de tipo Havaianas.
Veículo: DCI