22 ´hortifrutis´ tem melhoras nos preços

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O preço do feijão-de-corda, campeão de consumo registrou salto no fardo de 10kg de R$ 35 para R$ 43 (22,86%)


Para quem foi à Central de Abastecimento do Estado do Ceará S/A (Ceasa) ainda em 2013, ou seja, há uma semana, vai surpreender-se ao retornar lá - e para o bem. Levantamento feito pela Unidade de Informação de Mercado Agrícola (Unsima) apontou queda em 22 produtos (principalmente hortaliças), em um universo de 73 comercializados, enquanto apenas 10 subiram e o restante se manteve com o mesmo preço do dia 26 de dezembro do ano passado.

A variação para menos, no entanto, não deve-se exclusivamente à produção cearense, segundo o coordenador da Unsima, Odálio Girão. O tomate, lembrado por ele como "o vilão da cesta básica e da inflação em muitas ocasiões ao longo de 2013", recebeu produção da Bahia para reforçar a de Quixeramobim.

Assim, a hortaliça teve o preço da caixa com 25 quilos em queda de 46,15%, só menor que a redução tida na caixa de 25kg do chuchu (50%).

"Ele (o tomate) ainda vai se manter assim por mais uns meses e, pelo menos no primeiro trimestre do ano, deve se manter nesse patamar", avaliou Odálio.

Produtos em queda

Ainda estiveram em queda, salvos pela produção irrigada da Serra de Ibiapaba e de outros estados, repolho híbrido (-42,86%), vagem (-42,86%), Berinjela (-33,33%)e a abóbora ou jerimum de leite 9-23,04%).

O feijão carioquinha também apresentou queda de 10,71% para o fardo de 10kg e de 7,1% para a saca com 60kg.

Frutas


Entre as frutas, a maior redução de preço foi registrada para o abacaxi, o qual teve o cento do tipo médio em queda de 21,43% e o tipo grande caindo 12,5% entre a última semana do ano passado e a primeira deste ano.

Além do abacaxi, ainda apresentaram redução no preço o quilo do maracujá, cujo valor recuou -14,29%, e o quilo da goiaba, que teve uma queda de -5,71% no seu preço.

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Na outra ponta da tabela, porém, estiveram produtos cujo consumo é significativo para o cearense. O melão japonês foi o de maior subida do preço da lista. Entre 26 de dezembro de 2013 e 6 de janeiro deste ano, a fruta saltou de R$ 1,50 para R$ 2,50 (66,67%) por conta da demanda. De acordo com a análise de Odálio, "o produto é muito enviado para fora do Estado, abastecendo todo o Nordeste e parte do Sudeste".

Ele ainda aponta como motivo de alta a grande demanda geradas por hoteis e restaurantes por conta da alta estação, que tencionou o fornecimento do produto no mercado.

Sem relações com a produção, a alta de 30% (R$ 100 para R$ 130) no cento do coco verde deve-se, segundo o coordenador, exclusivamente à alta estação, onde os fabricante elevam o preço por conta da demanda gerada pelos turistas que chegam ao Ceará. A abóbora, ou jerimum caboclo, também entrou o ano em patamares drásticos ao ter o quilo saindo de R$ 1,50 para R$ 2 (33,33%) entre 26 de dezembro e 6 de janeiro.

Odálio ainda destacou o preço do feijão-de-corda - "o mais consumido pelo cearense e nordestinos em geral" -, o qual teve o fardo de 10kg saltando de R$ 35 para R$ 43 (22,86%). "Devido à produção do Ceará não ter vingado por conta das condições climáticas, o feijão usado por nós para o baião de dois e no dia a dia chegou a esse patamar", justifica o especialista.


Maior consumo de laranja e banana

A laranja e a banana foram as preferidas dos cearenses no ano passado pelo que contabilizou a Ceasa. Ao longo de 12 meses, a primeira fruta foi responsável pela movimentação de 56,60 mil toneladas na Central, enquanto a segunda contabilizou 52,05 mil toneladas. "A laranja é o que mais se consome no mundo e, aqui, mesmo perdendo espaço -pois cresceu apenas 12,7% o consumo em 2013 -, ela ainda foi a primeira", afirmou o coordenador da Unsima, Odálio Girão.



Já a segunda colocada, conforme ele, tem no Ceará o seu principal Estado produtor por ser responsável por 60% do que chega na Ceasa.

Agora, neste ano, aponta Odálio, "a banana tipo pacovan foi a de maior consumo, por ser preferida pelos supermercados e é toda produzida por irrigação". Entre as dez primeiras colocadas do ranking do consumo da central no ano passado, de frutas, estiveram ainda melancia (22,71 mil t), mamão (22,15 mil t), goiaba (20,84 mil t) e maçã (19,97 mil t).

Destaque

"A goiaba, inclusive, merece destaque porque cresceu a produção cearense dela. Hoje, 15% da fruta vem de Russas", acrescenta Odálio. Entre as hortaliças da lista de dez mais, as mais pedidas nas bancas da Ceasa foram batata inglesa (36,72 mil t), tomate (28,42 mil t), cebola (23,80 mil t) e cenoura (18,98 mil t). "A batata é a campeã das hortaliças no mundo e o tomate que temos aqui é de boa qualidade vindo de Tianguá que abastece Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte", afirma o coordenador da Unsima.

Chuva nos locais certos


Para 2014, Odálio diz esperar uma boa safra a partir de chuvas pontuais. Para ele, "o ideal é termos chuva na quantidade certa - para não prejudicar certos produtos - em locais estratégicos de produção", torce.

Tomate brasileiro vai para Argentina

Buenos Aires A presidente Cristina Kirchner ordenou ao ministro da Economia, Axel Kicillof, que implemente a importação de tomates do Brasil. O anúncio foi realizado pelo chefe do gabinete de ministros, Jorge Capitanich. Segundo ele, a compra tem o objetivo de "garantir o abastecimento" do produto, já que há riscos de escassez por problemas climáticos nos próximos dez dias.

Além disso, o governo Kirchner está preocupado em manter o novo congelamento de preços, iniciado na segunda-feira, sem sobressaltos. "Se possível, queremos os tomates (do Brasil) a preços inferiores aos do mercado, o que seria muito melhor", disse Capitanich.

O preço do quilo do tomate nas quitandas está 10,50 pesos (RS$ 3,80) em média na capital do país. Capitanich disse que o objetivo são os "preços protegidos". O Mercado Central da República Argentina será o encarregado da importação.

Capitanich informou ainda que o governo Kirchner poderia decidir nos próximos dias a importação de outros produtos alimentícios com objetivo de combater a eventual alta de preços de seus similares nacionais.

A decisão implica uma guinada na política protecionista dos últimos cinco anos, ao longo dos quais a administração Kirchner privilegiou os produtores nacionais, mesmo que isso provocasse alta da inflação, cuja existência - paradoxalmente - o governo nega. O governo Kirchner deu início ao terceiro congelamento de preços em menos de um ano. O primeiro foi lançado em fevereiro do ano passado.




Veículo: Diário do Nordeste


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