Expansão do consumo deve ser pífia em 2014

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Quase metade dos paulistanos (49,6%) pretende comprar um bem durável - como geladeira, carro e móveis - neste primeiro trimestre. É menos do que no mesmo período de 2012 (56,8%), aponta pesquisa do Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA) feita com 500 pessoas em São Paulo em dezembro.

Entre as 13 categorias pesquisadas, os entrevistados diminuíram a intenção de comprar itens de informática, material de construção, imóveis e vestuário e calçados, em relação ao mesmo período do ano passado. A linha branca, por outro lado, teve o maior aumento de pretensão de compra. O segmento também registrou a intenção de gasto mais alta - R$ 2.487 - desde o início da série histórica, em 1999. No entanto, apenas 10,6% dos entrevistados pretendem comprar algum produto de linha branca no primeiro trimestre, um índice considerado baixo.

Na comparação com o último trimestre de 2013, a intenção geral de consumo do paulistano aumentou 2,8 pontos percentuais, mas o índice continua "num patamar bem abaixo das médias históricas", diz Claudio Felisoni, presidente do conselho do Provar. "O alto comprometimento da renda impede a alta do consumo", afirma.

Descontados os desembolsos básicos das famílias com alimentação, habitação, educação e vestuário, entre outros, deve "sobrar" apenas 9% do orçamento para outros gastos no primeiro trimestre deste ano, ante 11,4% no mesmo período de 2013, segundo o estudo. Crediário, alimentação e educação são as áreas que mais comprometem a renda das famílias, cada um respondendo por cerca de 20% das despesas.

Felisoni prevê um "crescimento pífio" do consumo em 2014, menor que o registrado em 2013. Eventos como Copa do Mundo e eleições impulsionam o consumo, mas pressionam os preços para cima, segundo o economista, inibindo a compra.

A intenção de uso de crédito também está menor no primeiro trimestre: 72,7%. Um ano antes, o indicador chegou a 74,9%.

A pesquisa verificou ainda que uma melhor expectativa de emprego no primeiro trimestre - algo que impacta diretamente a confiança do consumidor - não se traduziu totalmente em disposição de compra. Do total de pessoas que estavam desempregadas no ato da pesquisa, 74,65% esperavam permanecer nessa situação entre janeiro e março - 25,35% tinham expectativa de se recolocar. No entanto, a intenção de compra do consumidor não se recuperou na mesma intensidade entre o último período do ano passado e o primeiro trimestre deste ano.

O brasileiro também está economizando menos. O percentual de pessoas que conseguiu poupar dinheiro no último trimestre de 2013 foi de 26%, menor do que os 28% do mesmo período do ano anterior. O valor médio que cada entrevistado conseguiu economizar foi de R$ 1.476, frente a R$ 1.508,80 um ano antes. Segundo Felisoni, a menor quantia poupada pode ser um reflexo da inflação, que resulta em uma renda real menor.



Veículo: Valor Econômico


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