Apesar de avanço no Natal, ano é morno para chocolate

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O chocolate ganha espaço nas vendas de Natal de lojas especializadas como Cacau Show e Kopenhagen, que apostam no produto como presente e preveem expansão de vendas entre 10% e 35%. No Walmart, o crescimento esperado é na casa de 20%. Mas esse otimismo não contamina a cadeia toda de chocolates. A Abicab, associação brasileira de fabricantes de chocolates e doces, prevê estagnação para este ano.

A Cacau Show projeta alta de 35% nas vendas de Natal, entre novembro e dezembro deste ano, em relação a igual período de 2012, para R$ 390 milhões. Quatro dos oito lançamentos para a data são chocolates. Os produtos estão, em média, 10% mais caros do que no ano passado, diz a diretora de marketing Raquel Massagardi, acrescentando que a companhia fez um trabalho intenso de controle de gastos para não repassar ao consumidor toda a alta nos custos de produção.

O panetone responde por metade das vendas da Cacau Show no Natal e continua com o preço de 2012: R$ 39,90. A empresa, dona da marca Brigaderia, deve fabricar no ano 3,3 milhões de unidades de panetone. No ano, a meta da Cacau Show é faturar R$ 2 bilhões.

A Kopenhagen aumentou a produção em 15% com a expectativa de o faturamento nessa época crescer mais de 10%, para R$ 100 milhões. A rede, de 330 lojas, deve vender R$ 525 milhões em 2013. Considerando também as 500 lojas da marca Chocolates Brasil Cacau, o faturamento do grupo deve chegar a R$ 760 milhões no ano, 30% a mais que em 2012.

Mas as projeções de Cacau Show e Kopenhagen, que vendem produtos de maior valor, são bem diferentes daquelas feitas por associações do setor de alimentos. Duas das principais entidades do setor, Abicab e Abia (da indústria de alimentos), registram um 2013 "morno" e com nível de produção estagnado em relação a 2012.

"Este ano está sendo igual ao ano passado. O chocolate vinha crescendo a 7% ao ano. E no fim do ano passado houve queda no volume produzido", diz Getúlio Ursulino Netto, presidente da Abicab. "Se o ano inteiro está vindo assim, deve ficar no mesmo volume" até o fim de dezembro.

A avaliação de Ursulino Netto é similar à de Denis Ribeiro, diretor do departamento de economia da Abia. Ribeiro diz que o Natal está "morno", visto que a produção industrial, concentrada em outubro e novembro, ficou nos mesmos patamares de 2012.

Segundo eles, o desempenho da indústria é um reflexo do ambiente econômico do país - o consumidor ficou endividado e agora está segurando os gastos para pagar as contas. Ursulino Netto e Ribeiro dizem que os programas de estímulo ao consumo de bens duráveis feitos pelo governo federal nos últimos três anos impulsionaram as vendas em um determinado momento, mas agora chegou a o momento de pagar a conta.



Veículo: Valor Econômico


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