Com consumo em baixa, cai a produção de cloro e soda

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O fraco desempenho da economia se refletiu nos resultados do setor de cloro e soda cáustica, que registra queda de produção e consumo de janeiro a agosto de 2013. No entanto, a Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor) já prevê uma recuperação do setor até o fim do ano.

"Normalmente o segundo semestre apresenta um desempenho melhor do que o primeiro. Então estamos esperando que o setor como um todo feche o ano com o crescimento acompanhando o PIB", projeta o diretor executivo da Abiclor, Martim Afonso Penna. A entidade trabalha com perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro em torno de 2% no ano.

Com produtos amplamente utilizados como matéria-prima nas indústrias de papel e celulose, alumínio, química, petroquímica, sabão e detergentes, têxtil, alimentos, bebidas, embalagens e tratamento de água, o setor acumulou perdas nos primeiros oito meses de 2013. A produção de cloro registrou queda de 1,2%, em relação a igual período de 2012. O uso cativo (consumo de cloro pela própria indústria produtora para fabricação de derivados clorados, usados, por exemplo, na produção do plástico PVC) teve retração de 0,5% no período - esse uso consome 87,2% do cloro produzido no Brasil. Já as vendas para outras indústrias, que representam os 12,8% restantes, também encolheram 4,1%.

As maiores quedas de venda foram registradas no setor de metalurgia e siderurgia (29,4%), papel e celulose (8,1%) e química e petroquímica (7,1%). O consumo aparente (produção mais importações, excluídas exportações), que mede demanda efetiva pelo insumo, caiu 1,1%.

A taxa média de utilização da capacidade ficou em 83,9%, cerca de 1,2% menor do que em 2012. "Como uma indústria intensiva em capital, o ideal é trabalhar com o máximo possível de uso da capacidade instalada, acima de 85%", explica Penna. Mas, segundo ele, parte da redução se deve a parada programada na fábrica da Dow em Aratu (BA).

A produção de soda cáustica líquida teve variação negativa de 0,5% em oito meses, porém com avanço de 5,6% no uso cativo e crescimento de 0,6% nas vendas internas. O fraco desempenho do setor de alumínio afetou a importação do químico. A produção do metal acumula queda de 8,3% de janeiro a agosto, conforme dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), que credita a redução à perda de competitividade da indústria local frente ao alto custo da energia elétrica.

"Hoje existe um desequilíbrio entre a produção de soda nacional e a disponibilidade para o mercado, que é suprida por importações. Então houve uma redução significativa na importação de soda cáustica pelo setor de alumínio", relata o diretor executivo da Abiclor. As importações de soda apresentam queda de 9,2% no acumulado do ano, mas desconsiderando a importação pelo setor de alumínio, o indicador registra avanço de 32,7%. Assim, o consumo aparente de soda fechou agosto em queda de 4,6%.

O custo da energia também afeta a competitividade do setor de cloro e álcalis. "A Medida Provisória 579 [que determinou regras para renovação de concessões no setor elétrico, para reduzir o preço da energia] não impactou em praticamente nada na indústria de cloro e álcalis, por se tratar de um segmento que trabalha basicamente no mercado livre de energia", lamenta Penna.

Segundo o executivo, o setor tem sido penalizado pelo repasse do custo das usinas térmicas, através do Encargo de Serviços do Sistema (ESS). "Em valor absoluto, um grande desafio é prever quanto o setor irá gastar a mais esse ano com o encargo, mas estima-se que [o custo adicional] será da ordem de R$ 60 a 70 milhões."



Veículo: DCI


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