Aval para algodão transgênico em Tocantins

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Tocantins deverá receber o sinal verde da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para iniciar o plantio de algodão transgênico ainda neste ano. Conforme apurou o Valor, o aval se tornou quase uma certeza após relatório favorável realizado pela Embrapa e apresentado à comissão.

Tocantins não pode plantar algodão geneticamente modificado por conta de uma zona de exclusão imposta em 2005 pelo Ministério da Agricultura. A medida englobava toda a região Norte e algumas áreas de diversos Estados.

O Valor apurou que a região do Tocantins que faz fronteira com a Bahia deve ser liberada para adotar a tecnologia, embora o cultivo deva continuar proibido nos municípios ao norte do Estado.

A zona de exclusão foi criada pelo Ministério da Agricultura para atender ao cumprimento do parecer técnico conclusivo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que fixou uma tolerância de até 1% para a presença de transgenias em lavouras convencionais de algodão na região.

O objetivo dessas zonas é evitar que espécies nativas e adaptadas sejam contaminadas. Segundo decisão da época baseada em um parecer da Embrapa, "o isolamento geográfico entre cultivares é a forma mais eficiente de se evitar cruzamentos". Ficou acertado que em todas as safras o zoneamento seria atualizado, com a possibilidade de retiradas ou inclusões de zonas de exclusão.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso, o pedido para a liberação do cultivo foi feito diversas vezes. "Estamos em campanha para aprovar o cultivo de culturas transgênicas nas regiões de limite de Estados produtores. Existem casos de fazendas na divisa que precisam plantar as duas variedades", disse.

Com a liberação dos transgênicos, o governo estadual acredita que a área plantada com algodão em Tocantins vai crescer dos atuais 6 mil para cerca de 40 mil hectares até a safra de 2015/16. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado deve produzir 18,9 mil toneladas da commodity neste ano.

A decisão de liberar o cultivo de plantas geneticamente modificadas no Estado veio após um parecer da Embrapa, apresentado à CTNBio, no qual a estatal de pesquisa sustenta não haver risco de contaminação de espécies nativas. "Tocantins era considerado um Estado de 'amortecimento' para a cultura na região amazônica. No entanto, o algodão está mais na divisa com a Bahia [distante do bioma amazônico]", afirma Jaime Café, secretário de Agricultura de Tocantins.

De acordo com ele, a decisão, que contraria a posição da maior parte dos ambientalistas, beneficiará os produtores. "Somente na parte de agrotóxicos, poderemos diminuir os custos em 20%. Além disso, a produtividade será maior", afirma Café. A transgenia mais difundida entre as lavouras de algodão é a "Bt", que torna as plantas resistentes ao ataque de insetos.

Segundo especialistas, o algodão pode se transformar em uma alternativa para a segunda safra nas áreas de Tocantins já dedicadas à soja, como já ocorre na Bahia. "A produção que mais cresce em Tocantins é a de soja. Essa autorização pode abrir caminho para o plantio do algodão na segunda safra. E a aptidão para o algodão é justamente na parte que faz fronteira com a Bahia", disse Anderson Galvão, da Céleres Consultoria.



Veículo: Valor Econômico


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