Cai o volume de produtos de beleza vendidos até junho

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As vendas de produtos de higiene e beleza no varejo brasileiro tiveram crescimento nominal de 8% (real de 1,5%) no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Nielsen. O desempenho está abaixo do avanço de 10% registrado em iguais meses de 2012, refletindo a piora do cenário macroeconômico.

A expansão do faturamento ocorre devido à entrada do consumidor em novas categorias de produtos (caso da coloração para cabelos) e à compra de produtos mais sofisticados (como a opção pelos desodorantes em aerossol e por sabonetes líquidos e

antibacterianos).

Em volume, as vendas de higiene e beleza recuaram 0,8%, menos que a queda média de 2,6% para todos os bens de consumo. Com exceção dos itens de limpeza, que mostram alta no volume vendido, todos os outros setores tiveram uma queda mais acentuada. Os dados serão apresentados hoje na Beauty Fair, feira do setor que ocorre até terça-feira em São Paulo.

O diretor de pesquisa com consumidor da Nielsen, Thiago Maia, resgata um estudo da empresa de 2009, no qual os entrevistados indicaram em que setores pretendiam reduzir ou não os gastos na crise: 86% pretendiam manter as despesas com itens de beleza. "Nesse contexto atual de desaceleração da economia, o comportamento do consumidor tende a ser similar", afirma. Apesar do PIB fraco e do maior endividamento da população, Maia considera que o cenário para o consumo continua positivo, beneficiado pela diminuição do desemprego e o aumento da renda nos últimos anos.

A boa notícia para o varejo e a indústria é que os consumidores consideram a compra de produtos de beleza algo prazeroso, com muitas opções e lançamentos. Porém, a alta fidelidade a um grupo de marcas em que confiam desafia as fabricantes. Maia destaca a importância da execução nas lojas, já que o principal contato dos consumidores com as marcas ocorre no ponto de venda.

Em pesquisa feita pela Nielsen a pedido da organização da Beauty Fair, as perfumarias foram eleitas o melhor local para se comprar produtos de higiene e beleza. O canal recebeu a maior nota média de 600 consumidoras de São Paulo, Rio, Porto Alegre e Recife. Os outros canais avaliados foram internet, catálogos, farmácias, supermercados e hipermercados, lojas de departamento, salão de beleza e minimercado. As consumidoras associam à perfumaria as qualidades de conveniência, atendimento e novidades, atributos que também se relacionam com drogarias.

Em 2012, as perfumarias foram destaque na venda de produtos de beleza, com alta de 25% no primeiro semestre. Neste ano, porém, o canal acumulou alta de apenas 3% até junho. Para Maia, essa desaceleração é explicada pelo cenário macroeconômico, mas também pelo desempenho das farmácias - que detém uma fatia maior no faturamento do setor e cresceram 10% até junho. Nos últimos dois anos, 970 perfumarias foram abertas, totalizando 18,3 mil unidades, e um milhão de novos lares passaram a comprar no local. "É um canal que está consolidado na percepção do consumidor, mas ainda tem bastante potencial de crescimento", diz Maia.

Dados da Nielsen mostram que 97% dos lares compram em mais de um canal - o restante compra apenas em supermercados e hipermercados. Cada canal se sobressai em determinada categoria. A perfumaria é destaque em depilação e coloração; a farmácia, em cutelaria e esmalte; e a venda direta, em maquiagem.




Veículo: Valor Econômico


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