Empresas que investiram na Argentina precisam aguardar

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Atualmente o Brasil possui cerca de oitenta empresas na Argentina. A situação econômica do país tem se deteriorado a cada dia e especialistas acreditam que há um cenário nebuloso sobre o futuro argentino. Na opinião do economista e consultor Juan Soldano Deheza, as empresas que atualmente estão na Argentina devem continuar sem fazer muitas mudanças e investimentos.

Segundo o especialista, nos últimos anos, todos os produtores de bens (tradables) comercializáveis tiveram uma perda de competitividade muito forte, e as empresas brasileiras entram no geral da lei nesse sentido, as únicas que estão mais ou menos bem são as que se dedicam ao mercado interno, como a Camargo Corrêa. "Como consequência de todos esses problemas de balança de pagamentos, o governo colocou uma cerca e as empresa não conseguem emitir seus lucros para o exterior, estão com um caixa e não conseguem remetê-los, estão fazendo alguns investimentos forçados".

Ao ser questionado sobre a possibilidade de essas empresas migrarem para outros países latino-americanos, Deheza disse achar difícil, pois "são poucas empresas que querem investir na argentina, é difícil eu conseguir vender minha empresa, os investidores estrangeiros fogem da argentina. Com o valor do dólar oficial haveria uma perda significativa do seu capital, a maior parte dos empresários estão em fase de ver o que vai acontecer", disse.

Apesar desse cenário de incerteza e possível estabilidade do número de empresas estrangeiras no Brasil, dados fornecidos pelo presidente da Câmara de Comércio Argentino Brasileiro em São Paulo (Camarbra), Alberto Alzueta, indicam que entre as 500 maiores empresas latino-americanas em 2006, 41 e uma estavam na Argentina, no ano passado o número passou para 23. Alzueta compara com o Peru, que no mesmo período passou de 18 para 32 empresas.

"O Peru fez as coisas óbvias, por a sua economia em ordem, buscar um equilíbrio fiscal, atrair investimentos, acordos como o do Pacífico, o principal foi combater a inflação, equilibrar o orçamento e abrir a economia", completou o presidente da Camarbra.

Segundo ele, a Argentina tem fechado sua economia devido ao problema de falta de energia, que tem que importar muito petróleo e gás tem de fechar a economia.

"A Argentina tem a terceira maior reserva de óleo e gás do mundo, essa reserva foi a que estava sendo explorada pela Repsol e agora desapropriou e está tentando fazer um acordo com a Chevron para garantir a exploração", explicou.

"No dia que economia da Argentina diga que é para fazer uma economia correta, abrir a economia, vir ao mundo, nesse momento a saída da Argentina é fácil, porque tem um bônus agropecuário fantástico que pode produzir um volume muito grande e tem esses recursos de energia que podem ser explorados, tem alimento energia e agua e não precisa mais nada. O governo está seguindo uma linha e essa linha leva fatalmente a um fracasso, o problema é que faltam ainda dois anos do governo", disse referindo-se a próxima eleição presidencial , que ocorre em 2015.

Para Deheza, "Cristina [Kirchner] não vai consegui se reeleger, e depende um pouco de quem seja o novo presidente, em uma primeira impressão qualquer um dos candidatos vão gerar uma condição de confiança, são mais para os negócios".

Moratória


Na última semana a Argentina ameaçou não pagar os 93% da dívida que restam com fundos americanos se as condições propostas por eles continuarem. Para o professor da Faculdade Santa Marcelina (Fasm), Reinaldo Batista, "a Argentina já está em uma situação financeira complicada, se ela declarar uma nova moratória seria muito ruim, o país já foi muito isolado e ficaria mais ainda, a argentina tem feito de tudo para juntar dólares para pagar essa dívida".



Veículo: DCI


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