O leite da Femsa: Coca-Cola aposta na diversificação de seu portfólio

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Para cumprir a meta de dobrar de tamanho a cada cinco anos, a maior engarrafadora da Coca-Cola no mundo aposta na diversificação de seu portfólio. No Brasil, uma das opções é a entrada no segmento de bebidas lácteas

A recepção da sede da Coca-Cola Femsa do Brasil, no bairro industrial de Jurubatuba, na zona sul de São Paulo, diz muito sobre a empresa e suas ambições. Além das bandeiras dos dez países nos quais atua como engarrafadora dos produtos da Coca-cola, as paredes são decoradas com frases de incentivo. A que mais chama a atenção é aquela que determina como missão dobrar de tamanho a cada cinco anos. Um desafio e tanto para um conglomerado que em 2012 obteve uma receita de US$ 18,4 bilhões. A Coca-Cola Femsa, que tem a própria The Coca-Cola Company como acionista, com uma fatia de 30%, é a maior engarrafadora da gigante de refrigerantes.

A recepção da sede da Coca-Cola Femsa do Brasil, no bairro industrial de Jurubatuba, na zona sul de São Paulo, diz muito sobre a empresa e suas ambições. Além das bandeiras dos dez países nos quais atua como engarrafadora dos produtos da Coca-cola, as paredes são decoradas com frases de incentivo. A que mais chama a atenção é aquela que determina como missão dobrar de tamanho a cada cinco anos. Um desafio e tanto para um conglomerado que em 2012 obteve uma receita de US$ 18,4 bilhões. A Coca-Cola Femsa, que tem a própria The Coca-Cola Company como acionista, com uma fatia de 30%, é a maior engarrafadora da gigante de refrigerantes.

 
No Brasil, a cada dez produtos da Coca-Cola vendidos, três são comercializados pelos mexicanos. Dessa forma, a operação brasileira, que faturou US$ 2,4 bilhões em 2012, é peça-chave para que a Femsa atinja seu objetivo. Para isso, além de expandir-se territorialmente (sua atuação compreende os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás), a subsidiária estuda diversificar ainda mais seu portfólio. “Estamos avaliando todas as oportunidades, tanto de aquisições de outras engarrafadoras como a entrada no segmento de lácteos”, afirma José Ramón Martínez, presidente da Coca-Cola Femsa do Brasil.
 
O mercado de bebidas derivadas de leite movimenta R$ 14,5 bilhões por aqui e cresceu, em média, 5% nos últimos três anos. Segundo Martínez, é o único no qual a Femsa, que já industrializa leite em países como México e Panamá, ainda não atua no País. O executivo mexicano, egresso da matriz, em Monterrey, onde atuava como diretor de planejamento para a América do Sul, está à frente da filial brasileira desde janeiro e acaba de dar sua primeira grande tacada: a compra da Companhia Fluminense de Refrigerantes por R$ 978 milhões. Com a aquisição da Fluminense, a Femsa herdará, além de uma fábrica e quatro centros de distribuição, o mercado consumidor composto por 141 cidades nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

A chegada a essas localidades reforça o arsenal comercial da empresa para o segmento de bebidas lácteas. Isso porque Minas Gerais é o Estado que mais produz leite no País e é também a base de uma das quatro fábricas da Coca-Cola Femsa no Brasil. No jogo global, o grupo entrou no mercado de laticínios em 2010, através da aquisição da Estrella Azul e da Santa Clara, no Panamá e no México, respectivamente. A aposta é um retrato das estratégias de diversificação da Femsa. No Brasil, a companhia distribui 32 marcas, entre refrigerantes, cerveja, sucos e chá e água mineral. A venda de refrigerantes responde por 85% do faturamento, enquanto o restante vem de bebidas como suco, chás e isotônicos, classificados como não carbonatados.
 
A taxa de crescimento desse nicho é de 15%, enquanto a dos refrigerantes está em 6%. “A Femsa não olha o Brasil apenas como um consumidor de refrigerantes, mas sim como um mercado de bebidas”, diz Martínez. É aí que entram os derivados de leite. “O aumento constante na demanda é o que chama mais a atenção de diversas companhias que ainda não atuam nessa categoria”, afirma Rafael Ribeiro, especialista em lácteos da Scot Consultoria, com sede em Bebedouro (SP). Na última década a quantidade de leite ingerida anualmente por cada brasileiro saltou de 128,5 litros para 180 litros. O ideal, de acordo com o Ministério da Saúde, seriam 210 litros.



Veículo: Istoé Dinheiro


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