O mercado ainda inexplorado do nosso cafezinho

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O mercado de café precisa aproveitar melhor as oportunidades criadas pelo crescimento do poder aquisitivo da população brasileira que está ávida por novidades e deseja experimentar novos produtos em um momento em que as famílias estão cada vez menores e, por isso, podem consumir mais variedades de mais elevado valor agregado. Assim, as estratégias de divulgação de novos produtos, acessórios, como cafeteiras e serviços ligados a este segmento, precisam ser aprimoradas, já que o seu consumo dentro de casa passou de 93% em 2003 para 97% em 2009 e o fora do lar saltou de 17% para 46% no mesmo período, segundo a avaliação da Nielsen.
 
Os dados foram divulgados ontem por Ricardo Souza, diretor de marketing da D.E. Master Blenders 1753, empresa que detém as marcas Pilão, Café do Ponto, Senseo, Caboclo e Moka, em uma palestra realizada pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre), na Capital paulista. Durante o evento, ele apresentou informações sobre o mercado e ações para estimular o consumo do produto em todo o País. De acordo com a Nielsen, 85% dos consumidores decidem que marca de café vão comprar no ponto de venda e, assim, as estratégias de conquista do consumidor neste momento precisam ser aprimoradas. "Por isso, queremos aprimorar tanto o espaço destinado às nossas marcas de café nos supermercados quanto manter as ações de degustação que são eficientes, mas caras", disse.
 
Rotina – Marden Silva Soares, executivo de atendimento da Nielsen, explicou que o café é um produto de compra rotineira. Atualmente, o consumidor permanece por cerca de sete segundos na gôndola, o adquire cerca de 1,6 vez ao mês e tem duas a três marcas preferidas.
 
No entanto, com o crescimento do poder aquisitivo da população, as marcas mais sofisticadas já estão sendo experimentadas pela classe C, pois houve crescimento de 54,4% na renda nos últimos dez anos. Este apelo pelo novo é que tem, na opinião do diretor de marketing, estimulado o segmento no Brasil.

De acordo com Souza, a mais recente alteração nas embalagens foi realizada para destacar as novas variedades. O maior destaque é a linha denominada Aroma, com os sabores nobres, que é oferecida em tamanhos menores de 250 gramas, que estimulam o consumidor a experimentá-los. As embalagens têm cores diferentes para as variedades suave e equilibrado, forte e encorpado, redondo e marcante, aromático e refinado e intenso e saboroso.
 
Virada – O executivo lembrou que o produto e o seu mercado apresentaram poucas inovações até a década de 1980, pois o filtro de papel surgiu nos anos 1960, as cafeteiras nos 1970 e a embalagem a vácuo na década seguinte.
 
Entretanto, nos últimos dez anos surgiram as marcas premium e houve um boom de cafeterias, que se multiplicaram no formato de franquias, que são frequentadas por grande parte da população.
 
Shopping – A D.E. Master Blenders já conta com 86 cafeterias com a marca Café do Ponto em todo o Brasil e para comercializar marcas com maior valor agregado inauguraram, há dois anos, a cafeteria Casa Pilão no Shopping Morumbi, na Capital paulista. A meta da empresa, no momento, é abrir mais unidades com este perfil.
 
Outras inovações como as variedades de cafés de novos sabores oferecidas em doses únicas também têm espaço para crescer a curto e médio prazos, na avaliação dos especialistas, para conquistar o público jovem, que atualmente bebe pouco café, segundo os dados da Nielsen.
 
Além disso, o segmento de café em cápsulas compatíveis com máquinas da Nespresso é outro nicho que pode ser bem aceito por este público.
 
Na opinião de Souza, todas estas iniciativas para renovar o mercado devem se basear em ações por parte das empresas para educar todos os consumidores, aumentar sua presença no canal fora do lar, expandir a variedade de dose única (com sabores diferenciados) e aumentar seu campo de atuação em todo o País.



Veículo: Diário do Comércio - SP


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