Caramuru segue múltis e investe na marca Sinhá

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A goiana Caramuru Alimentos, a maior processadora de soja de capital integralmente brasileiro, está trilhando o caminho de multinacionais do agronegócio ao aumentar os investimentos em produtos de consumo. Assim como Cargill e Bunge, a empresa nacional descobriu que pode fazer a sua rentabilidade crescer ao apostar em produtos acabados que tenham sinergia com o seu principal negócio.

Nos últimos três anos, a fabricante aplicou R$ 12 milhões em lançamentos em produtos de consumo sob a marca Sinhá: óleos especiais, farináceos, grãos (lentilha, por exemplo), pipocas, farofas, condimentos e cereais, além da linha Sinhá Soy, de extrato de soja em pó instantâneo, que substitui o leite animal. Este ano, deve lançar ainda produtos funcionais, como aveia e linhaça. Depois de atingir participação expressiva no Centro-Norte do país, a Sinhá elegeu como foco a região Sudeste.

Mas a companhia decidiu ganhar participação mantendo distância das grandes redes: sua estratégia está centrada no atacado e em distribuidores exclusivos para supermercados de pequeno e médio porte. "Os varejistas menores são mais receptivos às negociações", afirma Anderson Miranda, diretor comercial da Caramuru. "Os contratos com as grandes redes consumiriam nossa margem", diz ele. A empresa conta com oito representantes no Estado de São Paulo e 13 distribuidores na região.

Em 2011, os produtos de consumo somaram R$ 250 milhões em vendas, ou 11% do faturamento da companhia, de R$ 2,27 bilhões. A expectativa é que a receita cresça 36% este ano, para R$ 340 milhões.

Ao focar sua estratégia de vendas e distribuição no pequeno varejo, a Sinhá oferece um preço 10% menor do que a marca líder, afirma Miranda. A companhia tem como principal concorrente a Yoki, vendida em maio para a multinacional americana General Mills, por R$ 1,75 bilhão, mais R$ 200 milhões em dívidas.

Segundo Miranda, outro foco de crescimento para a marca Sinhá está no mercado de "food service" (alimentação fora do lar). "É um segmento que representa apenas 3% das vendas totais, mas a demanda está crescendo, especialmente com proteína texturizada de soja", diz. O produto, também chamado de "carne vegetal", é usado para fazer hambúrgueres, por exemplo. Além disso, o ingrediente é aplicado pelo ramo de "food service" para aumentar o volume da carne, em "até quatro vezes", afirma.



Veículo: Valor Econômico


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