Frio estimula consumo de mel e derivados

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Para atender ao aumento da demanda, os produtores mineiros já investem na formação de estoques.

A demanda pelos produtos oriundos da apicultura mineira deverá ser alavancada em cerca de 60% nos próximos meses. O incremento se deve à queda observada nas temperaturas, o que incentiva o consumo dos produtos para evitar doenças respiratórias. Para atender à demanda, os envolvidos na atividade já estão investindo na maior formação de estoques.

De acordo com o presidente da Cooperativa Nacional Apícola (Conap), Irone Martins Sampaio, o inverno alavanca o consumo de produtos apícolas como mel, própolis e derivados, como os sprays.

"O brasileiro ainda tem o hábito de consumir os produtos derivados da apicultura somente nas épocas de frio. O ideal seria que o consumo fosse preventivo e feito ao longo de todo o ano. Durante os meses mais frios a demanda aumenta em cerca de 60% quando comparada com as demais épocas do ano".

Segundo os dados da Conap, os itens mais consumidos ao longo do inverno são o mel, própolis e sprays que combinam o mel e o própolis a produtos como o agrião, guaco, menta, gengibre e alecrim.

Segundo Martins, a Conap está reforçando a distribuição dos produtos derivados do mel que podem ser encontrados em diversos pontos de venda, como supermercados e farmácias. Os preços, para 2012, tiveram pequenos reajustes, após três anos de estabilidade. Um frasco de 35 mililitros de spray bucal, por exemplo, custa em média R$ 4,40. Os compostos de mel saem a R$ 7,15. Já o extrato de própolis custa cerca de R$ 5.

"Estamos treinando e conscientizando os produtores em relação à importância de investirem na ampliação da qualidade e na manutenção da oferta dos produtos, o que garante a fidelização dos consumidores", disse Martins.

Demanda - Segundo o presidente da Conap, diante da demanda aquecida e da redução da produção, causada pelas chuvas constantes observadas no início do ano, a cooperativa adquiriu produtos de outras regiões do Estado, o que será fundamental para garantir o abastecimento do mercado interno e externo.

"Com o excesso de chuvas a oferta de néctar foi prejudicada e as abelhas reduziram o ritmo de produção. O que percebemos é que o volume de mel está retomando e deverá manter o ritmo de crescimento. Porém, o impacto maior foi observado na própolis, que deverá ter uma redução significativa na produção", disse.

No ano passado a produção total de mel em Minas Gerais alcançou 5,5 mil toneladas, volume 22,2% superior às 4,5 mil toneladas produzidas em 2010. Para este ano, caso as condições climáticas se mantenham favoráveis para a atividade, a estimativa é alcançar cerca de 6,5 mil toneladas, representando incremento de 18,18%.

Já a produção de própolis em 2011 ficou em 27 toneladas. A expectativa é produzir neste ano um volume 11% superior, com a produção de 30 toneladas.

"Diante dos problemas climáticos, a produção deverá ter reajustes negativos ao longo dos próximos meses. Somente os produtores da Conap deverão produzir cerca de 5 toneladas de própolis em 2012, frente às 8 toneladas geradas no ano passado, recuou de 37,5%", disse.

Mesmo com a queda na produção, as expectativas em relação à apicultura mineira são positivas e será impulsionada pela crescente demanda do mercado internacional, principalmente dos países asiáticos.

De acordo com os dados da Conap, cerca de 90% da produção estadual de própolis são destinados ao mercado internacional. Os preços do produto estão em patamares rentáveis, variando de US$ 90 a US$ 140 o quilo, dependendo da qualidade final da própolis.

Segundo Martins, mesmo exportando matéria-prima, os preços pagos no mercado internacional são mais vantajosos e geram maior rentabilidade aos apicultores, se comparado com o valor pago pela própolis processada e disponibilizada no mercado local.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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