Temporada de primavera da Macy's terá produtos do Brasil como tema

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Durante dez semanas, o Brasil será o tema da rede de lojas de departamento americana Macy's. A empresa promete colocar sua clientela em contato com uma grande variedade de produtos brasileiros - entre eles itens de moda, decoração, beleza e arte. A homenagem começa em 16 de maio e ocorrerá em 300 das 800 lojas da rede nos EUA.

 

As negociações entre a Macy's e empresas ou artistas brasileiros ocorrem desde o ano passado. A loja ainda não informa quais são os nomes que escolheu para tomar parte do evento. Uma entrevista coletiva à imprensa deve ocorrer em abril.

 

Em um comunicado divulgado em fins de janeiro, a vice-presidente-executivo de marketing da Macy's, Martine Reardon, disse que o "Brasil continua a construiu uma forte marca global que atrai muitos públicos e diversos grupos ao redor do mundo" e que a Macy's "desenvolveu uma campanha que destacará suas [referindo-se ao Brasil] contribuições únicas para a moda, arte e design".

 

A agência de promoção das exportações no Brasil (Apex) também está envolvida na organização do evento. A agência já organizou diversos trabalhos com grandes lojas - como a Galeries Lafayette, de Paris; e a Selfridges, de Londres - que também já homenagearam o Brasil vendendo produtos locais numa temporada.

 

"O que acontece é que esse projeto da Macy's é maior que os outros. Atinge uma rede maior de lojas e durará um período mais longo", diz Ricardo Santana, coordenador de acesso a mercados da Apex.

 

Para as empresas que terão seus produtos expostos na Macy's durante a primavera (no Hemisfério Norte), será uma oportunidade de ter um contato direto com o consumidor nos EUA. Milhares deles passam pelas lojas da rede todos os dias. Santana diz que a agência não faz cálculos sobre quanto o evento pode render aos participantes. A Apex, segundo ele, tampouco acompanhou os termos das negociações entre a Macy's e as empresas brasileiras. Lembra, no entanto, que a proposta inicial da rede era levar os diversos itens de marcas brasileiras em consignação.

 

A Macy's, que começou em 1858 em Nova York com apenas um ponto de venda, se apresenta hoje como umas melhores empresas de varejo dos EUA, com um forte em moda e em objetos de luxo a preços acessíveis.

 

Para chamar a atenção de seus clientes sobre a homenagem ao Brasil a partir de maio, a Macy's fará uma prévia em quatro de suas maiores lojas - em Nova York, Filadélfia, Minneapolis e San Francisco - que receberão uma decoração de jardins que pretendem remeter ao Brasil. Além disso, haverá espetáculos de dança e música e outras atividades "tropicais".

 

Santana diz que a homenagem ao Brasil feita pela rede americana será, do ponto de vista da Apex, uma oportunidade para que o agência trabalhe uma imagem do Brasil ligada à inovação, à tecnologia e a produtos e serviços de excelência, de modo geral.

 

"Estamos conversando sobre ações vamos organizar em algumas lojas. Vamos preparar material promocional sobre o Brasil, estamos estudando um aplicativo para iPad e há um plano de um flash mob", diz ele.A Apex, segundo Santana, ainda não definiu quanto investirá em sua participação.

 


Artesãos de Minas levam bonecas e panelas

 


O artesanato brasileiro também terá espaço nas prateleiras da Macy's durante a homenagem que a rede de lojas para ao país.

 

Haverá namoradeiras - aquelas bonecas de argila de braços cruzados que proliferam parapeitos de janelas pelo Brasil afora - bonecas de cabaça, peças de madeira, galinha de cerâmica, panelas de pedra sabão e muitos outros itens, segundo Tânia Machado, diretora da ONG Mãos de Minas, uma entidade de artesãos de Minas Gerais.

 

A entidade foi procurada pela Macy's e está reunindo peças de artesãos de várias regiões do Brasil. "O interesse deles é por coisas que sejam bastante coloridas", disse Tânia.

 

Quanto à quantidade, ela diz estar imaginando que serão necessários ao menos dois contêineres. "A nossa expectativa é vender US$ 1 milhão." Pelas condições que estão sendo negociadas agora pela ONG mineira, as peças serão realmente enviadas em sistema de consignação. Do que vender, "20% ficarão com a Macy's e 80% para a gente", segundo ela.

 

O que preocupa a entidade, no entanto, é o que fazer com as peças que não forem vendidas durante o período. Trazê-las de volta ao Brasil demandaria uma enorme burocracia para importar as peças de novo para cá. Tânia diz estar tentando obter alguma alternativa junto ao governo federal.

 

Com suas peças na Macy's, os artesãos de Minas, em particular, farão sua segunda aventura pelo mercado externo no intervalo de poucos meses. Em janeiro, por meio de outra entidade, a Centro Cape, foi feita a primeira remessa de artesanato para a loja de departamento espanhola El Corte Inglés. Ao todo, foram enviados 48,6 mil itens que foram levados por sete carretas-contêineres. Valor daquela vez: € 750 mil.

 

"É importante para nós termos nosso trabalho nesses centros de compra no exterior porque temos como avaliar o que os clientes estrangeiros apreciam, como reagem a cada trabalho." Na Macy's não será diferente.

 

Pelo lado da moda, a Macy's ainda não divulgou quem participará do evento. Mas, segundo a Associação Brasileira de Estilistas (Abest), ao menos duas estilistas foram escolhidas: a mineira Cecília Prado e a carioca Isabela Capeto. A primeira está enviando 21 mil peças de sua linha Cecília Prado Due de modas praia. A grife tem exportado há 11 anos e estado grandes lojas como Harold's, Sacks e outras.

 

Veículo: Valor Econômico
 


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