A inglesa Rexam anunciou ontem o início de sua reestruturação global, que envolve a venda da unidade cuidados pessoais. A empresa informou que o desempenho da área tem decepcionado, pressionando os resultados da multinacional. O processo, no entanto, está em fase precoce e ainda não há um posicionamento sobre quais são os efeitos dessa decisão nas operações do Brasil.

 

"Ainda estamos em uma fase muito precoce e esta é a razão pela qual não podemos comentar nada além do divulgado", afirmou o diretor de desenvolvimento organizacional Rexam América do Sul, Paulo Mota.

 

Ontem, depois de anunciar alta de 2% nas vendas globais em 2011, a fabricante de embalagens bateu o martelo sobre a venda da área que fornece embalagens para segmentos como o de cosméticos. Segundo o presidente executivo da Rexam, Graham Chipchase, o banco Braclays Capital está administrando o processo. A empresa não divulgou o valor dos negócios a serem vendidos, mas analistas estimam que pode chegar a 350 milhões de libras, que correspondem a cerca de US$ 550 milhões.

 

No Brasil, a divisão de plásticos da companhia tem apenas uma fábrica, em São Paulo. As outras dez unidades fazem parte do negócios de latas para bebidas da multinacional, setor que está sendo, inclusive, alvo de investimentos, com uma nova fábrica no Pará. Até o fim de 2012 a subsidiária terá capacidade total de 14 bilhões de latas.

 

"Concluímos a revisão estratégica de nossos negócios (anunciada em novembro de 2011) e o conselho de administração decidiu que o desinvestimento total desta divisão deve ser ativamente divulgado. Naturalmente, esta foi uma decisão difícil, mas acreditamos que é o caminho certo, dado o nosso foco em retorno de capital", afirmou Mota.

 

Nos resultados divulgados ontem, a Rexam registrou avanço de 2% nas vendas em 2011, para 4,734 bilhões de libras. Os lucros antes dos impostos avançaram 15%, para 450 milhões de libras. O lucro líquido, por sua vez, ficou no patamar dos 376 milhões de libras, avanço ante os 124 milhões de libras registrados em 2010. A empresa elevou em 20% o valor dos dividendos a serem distribuídos, para 14,4 centavos por ação.

 

Para 2012, a multinacional está cautelosa com relação ao desempenho da economia global e vai se focar nos custos. "Na área de latas para bebidas, estamos vendo oportunidades para investimentos, bem como parcerias e aquisições", afirmou a multinacional em nota.

 

Veículo: Valor Econômico