Ovos e outras guloseimas de chocolate começam a desembarcar nas prateleiras

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Os produtos estarão 10% mais caros do que em 2009 por conta da disparada no preço do açúcar
 


Mal acabou o carnaval e uma fatia do comércio de Brasília já está preocupada com a Páscoa. Atacadistas de vinhos, frutos do mar e, claro, de doces se preparam para as vendas deste ano. Os caminhões carregados de ovos de chocolate começaram a chegar aos depósitos. Nesta semana, as lojas começaram a montar as parreiras com os produtos, que estarão até 10% mais caros do que em 2009. Apesar do reajuste, os empresários esperam alavancar o faturamento em 15%.

 

O chocolate vai custar mais em 2010 porque o preço do açúcar disparou em todo o país — culpa das fortes chuvas, principalmente na Região Sul, e da quebra da safra da cana em países como a Índia, segundo maior produtor mundial. No Distrito Federal, o insumo teve alta de 8,51% em janeiro. Nas prateleiras de supermercados e lojas de doces, os preços dos ovos de Páscoa devem variar entre R$ 10 e R$ 60, a depender da marca e do tamanho. As empresas trabalham com um lucro médio de 35% sobre o valor cobrado pelas distribuidoras.

 

A reposição dos estoques nas empresas atacadistas de doces começou em novembro, assim como a contratação de mais funcionários. Muitos dos candidatos que conseguiram uma vaga para trabalhar no fim do ano tiveram o contrato temporário estendido até abril. Há empresas que oferecem treinamento específico para esta época do ano, quando o movimento chega a triplicar. O faturamento na Páscoa supera o da semana de Cosme e Damião e do Dia das Crianças, outras duas fortes datas.

 

O mercado promete novidades este ano. Ovos com formatos diferentes e aqueles que vêm acompanhados de brindes continuarão sendo uma das principais estratégias para atrair as crianças. O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista/DF), Fábio de Carvalho, comenta que a recuperação da economia após um ano de incertezas anima os empresários do segmento de gêneros alimentícios. “Não há como esperarmos crescimento menor que 15%”, diz.

 

Antecipação

 

Nesta semana, a 45 dias do Domingo de Páscoa, que este ano cairá em 4 de abril, os ovos já poderão ser encontrados em lojas do Conic, tradicional ponto de venda de doces da cidade. “É uma estratégia para que as pessoas passem, olhem e comecem a se lembrar de que a data está chegando”, conta Ormínio Koike, gerente da Mana Leite e Mel. Ele vai contratar pelo menos três funcionários para atender à demanda. Hoje, são sete. As vendas geralmente se concentram nos 15 dias que antecedem a Páscoa. “Mas esse é o momento ideal para repormos o estoque”, pondera Adauto Mesquita, diretor da Garra e Fiel Atacadista.

 

Em fevereiro, as lojas ficam cheias de clientes em busca de matéria-prima para fazer ovos. “Também tem aqueles que vêm todos os anos e levam chocolate para a empresa inteira”, acrescenta o gerente da Toca do Coelho, Valmar da Silva Lopes. Quem compra em grande quantidade pode conseguir descontos.

 

Na Casa do Chocolate, a equipe — que deve pular de 15 para 25 pessoas nos próximos dias — está ansiosa pela chegada dos ovos. “É só montar tudo e começar a faturar. Isso aqui fica lotado, é uma correria boa”, conta a gerente Andréia Vieira. Empresas como a Garoto, a Lacta e a Nestlé enviam representantes treinados por elas para aproveitar a correria e turbinar as vendas.

 

Chocolates finos

 

As lojas especializadas em chocolates finos estão prontas para a Páscoa. Na Kopenhagen, a expectativa é vender 30% a mais do que no ano passado. “Brasília é uma região muito significativa em relação ao volume de vendas da empresa”, atesta o responsável pelas franquias da cidade, Giovanni Romano. São sete unidades, e uma oitava será inaugurada em março, no Shopping Iguatemi. Em todas elas, os ovos chegarão às prateleiras em 24 de fevereiro. No país, a Kopenhagen produzirá 460 toneladas de chocolate. O faturamento nacional deve chegar a R$ 60 milhões no mês. Na Cacau Show, serão contratados quase 500 funcionários temporários para a fábrica localizada no interior de São Paulo, além de mais 2,4 mil atendentes para atuar em todo o país. A estimativa é produzir 1,7 mil toneladas — 42% a mais em comparação ao ano passado. No DF, são 19 lojas, onde as vendas dos produtos de Páscoa começarão amanhã.

 


Veículo: Correio Braziliense


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