São Paulo - O crescimento das vendas de celulares no terceiro trimestre deste ano no Brasil foi puxado, principalmente, pelos feature phones (aparelhos sem sistema operacional), cuja fatia avançou 48,4% em relação ao mesmo período de 2015. Os smartphones, por sua vez, tiveram alta de apenas 3,6%
O levantamento realizado pelo IDC, consultoria especializada em tecnologia, mostra que foram comercializados no período 12.556 milhões de dispositivos no País, sendo 11.136 smartphones e 1.419 features phones (aparelhos convencionais, sem sistema operacional). O número é 7,2% superior ao visto no terceiro trimestre do ano passado. Em relação ao segundo trimestre de 2016 o incremento foi de 4,2%. Segundo a pesquisa, esse foi o primeiro trimestre em que o mercado de celulares cresceu, após cinco trimestres de retração.
"O período de julho a setembro nos surpreendeu positivamente. Os varejistas anteciparam as compras e abasteceram os estoques para a Black Friday, enquanto os fabricantes enxugaram os portfólios de modo a atender a demanda com preços mais competitivos. Nem mesmo fabricantes e varejistas esperavam um crescimento nesta velocidade. Podemos dizer que a Black Friday se tornou a data mais importante para o mercado de celulares", diz o analista de pesquisa da IDC Brasil, Diego Silva. Ainda segundo o estudo da IDC, quando comparado ao mesmo período de 2015, a venda de smartphones foi 3,6% maior e a de feature phones 48,4% superior. Já na comparação do terceiro trimestre de 2016 com o segundo trimestre deste ano, as vendas de smartphones cresceram 3,3% e dos feature phones 12,2%.
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Em termos de receita, o mercado de smartphones atingiu o patamar de R$ 10,7 bilhões, entre julho e setembro, enquanto os feature phones faturaram apenas R$ 179,8 milhões. Em se tratando do tíquete médio a diferença também foi grande. Nos aparelhos inteligentes o valor médio foi de R$ 962,96 e dos celulares convencionais de R$ 126,65. "Os números comprovam que o brasileiro deixou de ser ingênuo na hora de comprar um celular e que os fabricantes estão fazendo um esforço grande para oferecer robustez e preços menores. Os aparelhos que custam até R$ 999 representam 76,1% do mercado total. Porém, notamos um movimento bastante rápido na demanda de modelos premium, por isso, a concorrência dos aparelhos com preço acima de R$ 3 mil está bastante acirrada", completa Silva.
Para os últimos meses de 2016, a IDC prevê um mercado ainda aquecido. "Nossa expectativa para 2016 era de que o mercado atingisse 40,3 milhões de unidades vendidas. Porém, já estamos revendo estes números e esperamos uma queda um pouco menor em relação ao ano de 2015, quando foram comercializados 47 milhões", finaliza Silva.
Fonte:DCI