Ministro Henrique Mei­re­l­les de­fen­de ju­ros mais bai­xos

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Responsável pela Fa­zen­da ne­gou in­ter­fe­rir na po­lí­ti­ca do Ban­co Cen­tral ao pro­por re­du­ção da cha­ma­da ta­xa es­tru­tu­ral, que di­mi­nui ris­cos de rom­bo fis­cal


São Pau­lo – O mi­nis­tro da Fa­zen­da, Hen­ri­que Mei­re­l­les, dis­se on­tem, du­ran­te pa­les­tra pro­fe­ri­da em São Pau­lo, que o Ban­co Cen­tral (BC) tem ta­re­fa mais di­fí­cil no con­tro­le da in­fla­ção quan­do há no país uma ex­pan­são fis­cal. De acor­do com ele, quan­do a au­to­ri­da­de mo­ne­tá­ria es­tá ten­tan­do con­ter o au­men­to dos gas­tos pú­bli­cos, há cer­ta­men­te cus­tos enor­mes pa­ra a so­cie­da­de. Por is­so, ele de­fen­deu a re­du­ção da ta­xa es­tru­tu­ral de ju­ros, a ta­xa de equi­lí­brio, aque­la que os eco­no­mis­tas cha­mam de neu­tra, que di­mi­nui­rá o ris­co de pro­ble­mas fis­cais no fu­tu­ro. Mei­re­l­les foi bas­tan­te cui­da­do­so pa­ra não dei­xar trans­pa­re­cer a ten­ta­ti­va de in­ter­fe­rir no tra­ba­lho do Ban­co Cen­tral (BC).

“Não es­tou fa­lan­do aqui o que o BC de­ve fa­zer”, dis­se o mi­nis­tro Ele fez ques­tão de ex­pli­car que ju­ro bá­si­co de­fi­ni­do pe­la Se­lic e a ta­xa de ju­ro es­tru­tu­ral são duas coi­sas di­fe­ren­tes no tem­po. A ta­xa bá­si­ca é aque­la fi­xa­da a ca­da reu­nião do Co­mi­tê de Po­lí­ti­ca Mo­ne­tá­ria (Co­pom) pa­ra man­ter a in­fla­ção na me­ta. “O que que­ro di­zer é que, a lon­go pra­zo, com a que­da da ta­xa de ju­ro es­tru­tu­ral da eco­no­mia, as ta­xas de cur­to pra­zo te­rão va­ria­ções em pa­ta­ma­res me­no­res. Mas is­so é no pra­zo mais lon­go”.
No cur­to pra­zo, de acor­do com o mi­nis­tro, a de­ci­são do BC vai le­var em con­ta ex­clu­si­va­men­te as­pec­tos téc­ni­cos de pro­je­ções de in­fla­ção do pró­prio Ban­co Cen­tral, ex­pec­ta­ti­vas (do mer­ca­do) e to­dos os de­mais fa­to­res le­va­dos em con­ta por aque­la ins­ti­tui­ção. O mi­nis­tro res­sal­tou que as duas coi­sas são bas­tan­te di­fe­ren­tes no tem­po. Mei­re­l­les rei­te­rou, no en­tan­to, não ha­ver dú­vi­da de que a lon­go pra­zo a que­bra es­tru­tu­ral do ju­ro vai be­ne­fi­ciar to­da a eco­no­mia, co­me­çan­do pe­la ta­xa de ju­ro pa­ga pe­lo Te­sou­ro Na­cio­nal, re­du­zin­do o ris­co de in­sol­vên­cia do Te­sou­ro.

Ain­da ao abor­dar ques­tão re­la­cio­na­das ao ajus­te fis­cal, Mei­re­l­les ne­gou que a pri­são do de­pu­ta­do fe­de­ral cas­sa­do Eduar­do Cu­nha (PMDB-RJ) te­nha in­ter­fe­rên­cia na ar­ti­cu­la­ção do go­ver­no pa­ra apro­var a Pro­pos­ta de Emen­da à Cons­ti­tui­ção (PEC) do te­to dos gas­tos no Con­gres­so Na­cio­nal. “Não acre­di­to que a PEC es­te­ja sen­do in­fluen­cia­da por fa­to­res po­lí­ti­cos ou ou­tros fa­to­res mo­men­tâ­neos. Eu acre­di­to que a PEC es­tá sen­do apro­va­da até o mo­men­to, já foi no pri­mei­ro tur­no na Câ­ma­ra, exa­ta­men­te pe­la cons­ciên­cia do Con­gres­so, que re­fle­te a cons­ciên­cia da po­pu­la­ção de que a emen­da é ne­ces­sá­ria pa­ra o País”, dis­se o mi­nis­tro, ao ser ques­tio­na­do so­bre a pri­são do par­la­men­tar cas­sa­do.

IN­FRAES­TRU­TU­RA Em­pe­nha­do tam­bém em de­fen­der a PEC 241, ba­ti­za­da de PEC do Te­to dos Gas­tos, o mi­nis­tro do Pla­ne­ja­men­to, De­sen­vol­vi­men­to e Ges­tão, Dyo­go Oli­vei­ra, afir­mou, ain­da on­tem, que o go­ver­no se com­pro­me­teu com in­ves­ti­men­to to­tal de R$ 110 bi­lhões em três anos, con­ta­dos de 2016 a 2018, em­bo­ra te­nha co­mo fo­co a re­du­ção de des­pe­sas e o ajus­te fis­cal. A de­cla­ra­ção do mi­nis­tro foi da­da du­ran­te se­mi­ná­rio que de­ba­teu a in­fraes­tru­tu­ra do país, pro­mo­vi­do pe­la Câ­ma­ra Ame­ri­ca­na de Co­mér­cio (AmCham) e a As­so­cia­ção Bra­si­lei­ra de In­fraes­tru­tu­ra e In­dús­trias de Ba­se (Ab­dib).

Dyo­go Oli­vei­ra des­ta­cou a ne­ces­si­da­de de in­ves­ti­men­tos em in­fraes­tru­tu­ra e afir­mou que, ape­nas em lo­gís­ti­ca, os apor­tes es­pe­ra­dos pa­ra os três anos che­gam a R$ 38 bi­lhões. O mi­nis­tro sa­lien­tou, po­rém, que o go­ver­no es­tá com­pro­me­ti­do com a re­du­ção de des­pe­sas e que o or­ça­men­to do pró­xi­mo ano já es­tá ela­bo­ra­do com ba­se no prin­cí­pio da PEC 241.
Ao des­ta­car as me­di­das já to­ma­das vi­san­do a me­lho­ria da fi­nan­cia­bi­li­da­de dos pro­je­tos de in­fraes­tru­tu­ra, Dyo­go Oli­vei­ra dis­se que ou­tros ins­tru­men­tos ain­da es­tão sen­do de­sen­vol­vi­dos com es­se ob­je­ti­vo. “Não ha­ve­rá ris­co de rup­tu­ra do pro­ces­so de fi­nan­cia­men­to”, dis­se. “Mui­tos têm co­lo­ca­do ques­tões so­bre o cus­to do pro­je­to. O cus­to se­rá da­do, o pro­ble­ma maior não é o cus­to, mas não ter fi­nan­cia­men­to, ou ter fi­nan­cia­men­to que co­me­ça e não ter­mi­na”, afir­mou o mi­nis­tro. Ele fez re­fe­rên­cias a ca­sos de con­ces­sões atual­men­te exis­ten­tes que ob­ti­ve­ram em­prés­ti­mos-pon­te, mas não con­se­gui­ram as­si­nar re­cur­sos de lon­go pra­zo e es­tão em di­fi­cul­da­des.

Fonte: Jornal O Estado de Minas  


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